quinta-feira, 10 de setembro de 2015

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - QUINTA-FEIRA, 10 DE SETEMBRO DE 2015

COMENTÁRIO­
Scarcela Jorge.

INCOERÊNCIA POLÍTICA.

Nobres:
No momento em que o Congresso discute mais uma reforma política, onde deveria ser o cenário das atenções da sociedade brasileira, a Câmara e Senado já aprovaram alguns temas, mas ainda não concluíram mudanças que atendam aos anseios dos brasileiros. O prejuízo para a sociedade é grande. Hoje não só a economia está enferma, também o cenário político cada vez mais tempestuoso diante da proliferação de corrupções. É lastimável, mas por maioria dos parlamentares, questões cruciais como financiamento privado das campanhas e coligações partidárias nas eleições proporcionais que dão “sobrevida” aos partidos de aluguel estão no meio caminho, sem um consenso, porque as duas Casas divergem. Muitos políticos se acham dependentes do poder econômico para se elegerem. Não enxergam que o modelo está falido e que o maior prejudicado é a própria classe, que não consegue recuperar sua credibilidade. É imperioso reduzir os gastos de campanha. É possível fazer política com pouco dinheiro. Agora, ao menos no Senado, conseguimos a duras penas, por pequena margem, acabar com as doações de empresas privadas. Só as pessoas físicas poderão doar, mas no limite dos ganhos tributáveis do ano anterior. Foi um grande avanço. Falta a Câmara homologar e rever sua posição já que optara por contribuições empresariais para os partidos até o teto de R$ 20 milhões por empresa. Se a posição do Senado prevalecer, fatores que induziram às propinas apuradas na operação Lava-Jato serão desestimulados. Será um freio na relação imprópria entre empresas, candidatos e partidos que está no âmago da corrupção. Mas isso vai depender agora da adesão da Câmara. Quanto às coligações partidárias nas eleições proporcionais, chegou-se a uma solução em que os votos serão computados individualmente para cada partido. Além disso, as exigências para a criação de legendas e acesso ao Fundo Partidário aumentaram, reduzindo a proliferação de siglas sem representação. O problema é que não há harmonia de interesses entre as Casas do Congresso. O Senado dá um passo à frente, mas ainda sem a posição da Câmara. Com isto, mais uma vez, a constatação é de que os avanços no combate aos vícios do sistema político são árduos. Mas vamos continuar na luta para melhoria do comportamento do político brasileiro, que seja sua única sobrevivência nos escombros de suas ações costumeiras e se isentam de responsabilidades delegando os prejuízos e encargos para sociedade em função da prática corrupta que estimam.
Antônio Scarcela Jorge.

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