GOVERNO ANUNCIA CORTES PARA REVERTER DÉFICIT NAS CONTAS.
O
Governo também informou que pretende recriar a CPMF. O anúncio foi feito pelos
ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento), no fim da
tarde desta segunda-feira, 14.
Os ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa
(Planejamento) apresentaram, agora a pouco, as novas "medidas
adicionais de reequilíbrio fiscal" do Governo Federal,
que representarão economia de R$ 69,4 bilhões no orçamento de 2016. Isso cobre
com folga o rombo de R$ 30,5 bilhões previsto na proposta orçamentária enviada
ao Congresso.
Entre as medidas, está o adiamento do reajuste
dos servidores federais, de janeiro para agosto, o que significa
economia de R$ 7 bilhões. Estão suspensos os concursos, gerando economia de R$
1,5 bilhão.
O Governo também acaba com o abono de
permanência, benefício para quem pode se aposentar, mas segue
contribuindo. A economia prevista com a medida, que requer uma Proposta de
Emenda Constitucional (PEC) é de R$ 1,2 bilhão. O Governo também trabalhará
para a implantação do teto de remuneração do serviço público,
com R$ 800 mi de impacto.
As medidas incluem tanto cortes de despesas quanto em
aumento de receitas. Entre os cortes, estão redução em até R$ 3,8 bilhões para
a saúde pública, ficando apenas o mínimo constitucional, e R$
8 bilhões nos programas Minha Casa Minha Vida e de Aceleração
do Crescimento (PAC).
Segundo o Governo, os cortes na saúde serão
compensados através do pagamento de emendas parlamentares destinadas para a
área. Dessa forma, avalia o Executivo, a rubrica não deverá sofrer prejuízos
reais, "passando" a despesa para o espaço das emendas no Orçamento.
Para cobrir o rombo de R$ 117 bilhões na Previdência,
o Governo pretende fazer uma parceria temporária com o Sistema S,
reduzindo em 30% das entidades em troca de uma oneração de 0,9% na contribuição
previdenciária sobre a folha de pagamento.
O ministro Nelson justifica que 65% do gasto primário
do Governo Federal é com Previdência Social e folha de pagamento. "Estamos
construindo propostas para reduzir esses dois tipos de gastos: com servidores,
com o adiamento de reajuste", diz. Com relação à Previdencia, ainda vão
ser apresentadas propostas para atenuar o rombo na Previdência.
CPMF.
O Governo também informou que pretende recriar a Contribuição
Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), com alíquota de 0,2%.
O objetivo é arrecadar R$ 32 bilhões para garantir o pagamento de
aposentadorias. A prorrogação da cobrança se dará por 48 meses.
"Precisamos de uma ponte para chegar numa nova
economia. Temos que fazer isso com segurança, com esses 2 milésimos que a gente
vai pagar cada vez que for pagar sanduíche. Isso vai bastante energia para a
nossa economia", diz Levy.
Segundo
o ministro, a intenção é que a CPMF não dure mais que quatro anos. "Nada
impede que se as coisas forem melhores, se diminua isso antes. Até pela
consciência fiscal da população, o Governo terá sensibilidade de diminuir e
eliminar o que for", declara “a previsão da CPMF é para a União, porque nós tivemos elevação muito
grande do déficit da previdência. Quem arca com previdência é a União, por
isso, defendemos que esse percentual de 0,2% seja do Poder Executivo Federal
para suportar elevação desse déficit, enquanto construímos propostas para a
Previdência", explica Nelson.
< Levy complementa que a CPMF irá integralmente
para pagamento de aposentarias, destinadas para a Previdência Social.
"Vai para a chamada aposentadoria dos que trabaham no setor privado",
detalha.
Imposto de
Renda sobre ganho de capital.
“Ainda é menor do que o Imposto de Renda sobre o salário. Só acima de um bem de
R$ 20 milhões, fica acima da alíquota máxima do IR, de 30%. É um imposto novo.
Estima-se arrecadar 1,8 bilhão com ele”, ressaltou Levy.
"Todas essas ações significarão R$ 28,4 bilhões de aumento de arrecadação ao Brasil. Assim, vai fortalecer o orçamento e permitir que a União alcance o seu objetivo de obter um superávit primário de R$ 34,4 bilhões em 2016".
"Todas essas ações significarão R$ 28,4 bilhões de aumento de arrecadação ao Brasil. Assim, vai fortalecer o orçamento e permitir que a União alcance o seu objetivo de obter um superávit primário de R$ 34,4 bilhões em 2016".
Cortes em programas sociais.
O Governo Federal também anunciou cortes em até R$ 4,8
bilhões no Minha Casa Minha Vida (MCMV), Faixa 1, em gasto
discricionário. Para essa faixa serão direcionados recursos do FGTS,
substituindo gastos originalmente previstos no orçamento da União. O Programa
de Aceleração ao Crescimento (PAC) também sofrerá cortes em R$ 3,8
bilhões. Para não prejudicar as ações, o governo prevê uso de emendas
parlamentares e do INSS para financiamento dos programas.
Fonte: Agência Brasil.
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