Juiz definiu que ex-ministro deverá pagar R$ 50 mil ao deputado.
Gomes disse que prefere ser mal-educado a 'acusado de achaque'.
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal condenou o
ex-ministro da Educação Cid Gomes a pagar R$ 50 mil ao presidente da Câmara,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por danos morais. Em sessão da Câmara em março, Gomes disse que
preferia ser mal-educado do que ser "acusado de achaque", numa
referência a Cunha. O presidente da Câmara alegou na Justiça que as declarações
"mancharam sua honra e reputação".
Como a decisão foi em primeira instância, ainda cabe
recurso. A fala de Gomes que gerou o processo ocorreu em março, quando ele foi
chamado à Câmara para esclarecer declarações que havia dado em uma universidade
de Belém. Na ocasião, ele disse aos estudantes que os deputados federais
"querem é que o governo esteja frágil porque é a forma de eles achacarem
mais, tomarem mais, tirarem mais dele, aprovarem as emendas impositivas".
Ao prestar explicações aos deputados, Gomes disse que
não concordava com a postura de vários que "mesmo estando no governo tem
uma postura de oportunismo". Diante da reação negativa do plenário, o
então ministro prosseguiu e chegou a apontar o dedo para Cunha. “Eu fui acusado
de ser mal educado. O ministro da Educação é mal educado. Eu prefiro ser
acusado por ele, Eduardo Cunha, do que ser como ele, acusado de achaque”,
afirmou Cid Gomes na ocasião.
O episódio fez que Cid deixasse o governo da
presidente Dilma. Na decisão que condena o ex-ministro a indenizar Cunha, o
juiz do caso afirma que ficou "evidenciado o dano moral"
Questionado nesta quarta sobre a decisão Eduardo Cunha
disse que não ficou satisfeito com o valor e que irá recorrer para receber
mais. "Não estou satisfeito. Achei pouco. Vou recorrer para receber mais",
afirmou.
Durante evento de
filiação ao PDT, em Brasília, o irmão de Cid Gomes e ex-governador do
Ceará, Ciro Gomes, disse que Cid vai recorrer da decisão. Ele disse ter
ficado “impressionado” com a agilidade do juiz ao julgar a ação e afirmou que
Cunha é o “maior vagabundo de todos”.
O Cid Gomes, ex-governador do Ceará, era ministro. E
denunciou que havia um processo de apodrecimento das relações do governo
federal com o Congresso Nacional. E que essa relação se sustentava no achaque,
no esbulho. E dito isso foi lá e meteu o dedo na cara desse maior vagabundo de
todos, que é o presidente da câmara – quem diz isso sou eu não é o PDT, pegou o
paletó e foi para casa. Simples assim, declarou Ciro Gomes.
Fonte: G1.
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