EM MEIO À RECESSÃO,
ARRECADAÇÃO TEM PIOR MÊS DE AGOSTO EM 5 ANOS.
No mês passado, arrecadação federal caiu 9,3%, para R$ 93,7 bilhões.
De janeiro a agosto, totalizou R$ 805 bilhões, com queda real de 3,68%.
Em meio à recessão na
economia brasileira, a arrecadação continua registrando fraco desempenho,
mesmo com o aumento de vários tributos neste ano. Segundo informações
divulgadas pela Secretaria da Receita Federal nesta sexta-feira (18), a
arrecadação teve, em agosto, o pior desempenho para o mês em cinco anos.
No mês passado, de acordo com dados oficiais, o
governo arrecadou R$ 93,7 bilhões – um queda real de 9,32% sobre o mesmo mês de
2014. É o pior resultado, para meses de agosto, desde 2010, quando somou R$
89,88 bilhões.
O Fisco informou que a forte queda de 9,32% frente
está relacionada com a arrecadação extra, de R$ 7,13 bilhões, do Refis da Copa
(programa de parcelamento) registrada em agosto do ano passado.
No mesmo mês de 2015, esse programa de parcelamento
resultou no ingresso de R$ 2,24 bilhões nos cofres públicos.
Expurgando o Refis da Copa, nos dois meses, a queda
real da arrecadação seria de 4,93% em agosto deste ano.
Acumulado
do ano.
Já no acumulado dos oito primeiros meses deste ano,
informou o Fisco, a arrecadação totalizou R$ 805,81 bilhões – com queda real de
3,68% frente ao mesmo período do ano passado. Este também foi o pior resultado
para este período desde 2010, informou a Receita Federal.
De acordo com dados da Receita, a arrecadação ainda refletiu
nos acumulado deste ano, o baixo nível de atividade econômica. Neste período,
produção industrial recuou 6,18%, as vendas de bens e serviços caíram 5,80% e o
valor em dólar das importações recuou 23,45%, apesar do aumento de 5,15% na
massa salarial.
Alterações
de tributos.
O governo, entretanto, começou a aumentar impostos em 2015,
como partes do ajuste fiscal para tentar reequilibra as contas públicas. Neste
ano, o governo já subiu tributos sobre empréstimos, carros, cosméticos,
cerveja, vinhos, destilados, refrigerantes, bancos, receitas financeiras das
empresas, taxas de fiscalização de serviços públicos, gasolina, importações, e
exportações de manufaturados, entre outros. A maior parte destes aumentos já
está valendo.
Arrecadação
por tributos.
A Receita Federal informou que o Imposto de Renda
arrecadou R$ 223 bilhões de janeiro a agosto deste ano, com queda real de 2,44%
sobre o mesmo período do ano passado (R$ 228 bilhões). Os números foram
corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Sobre o IR das pessoas físicas, o valor arrecadado
totalizou R$ 21,36 bilhões na parcial de 2015, com recuo real de 5,44%. Já o
Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) arrecadou R$ 117,35 bilhões nos
primeiros oito meses do ano, com alta real de 6,83% sobre igual período de
2014.
Com relação ao Imposto Sobre Produtos Industrializados
(IPI), os números do Fisco mostram que o valor arrecadado somou R$ 33,43
bilhões nos oito primeiros meses deste ano, com queda real de 7,08% sobre o
mesmo período do ano passado.
No caso do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF),
houve uma alta real de 9,81%, para R$ 23,37 bilhões, de janeiro a agosto deste
ano. Neste caso, a arrecadação foi influenciada pela alta do tributo, que já
foi recomposto no início deste ano.
A Contribuição para Financiamento da Seguridade Social
(COFINS), por sua vez, arrecadou R$ 136 bilhões nos oito primeiros meses deste
ano, com queda real de 3,12%, enquanto a Contribuição Social Sobre o Lucro
Líquido (CSLL) registrou arrecadação de R$ 45,28 bilhões no acumulado de 2015, com
recuo real de 11,92%.
Meta
fiscal.
O fraco comportamento da arrecadação neste ano, apesar
do aumento de tributos autorizado pelo governo no começo de 2015, não facilita
o cumprimento da meta de superávit primário (a economia para pagar juros da
dívida pública e tentar manter sua trajetória de queda) em 2015.
Além de aumentar tributos, o governo também atuou na
limitação de benefícios sociais, como o seguro-desemprego, o auxílio-doença, o
abono salarial e a pensão por morte, medidas já aprovadas pelo Congresso
Nacional e sancionadas pela presidente da República.
Além disso, também quer
elevar tributos sobre a folha de pagamentos - revertendo parcialmente a
desoneração autorizada nos últimos anos. O governo também está atuando do lado
da contenção de gastos, principalmente de investimentos. Em maio, foi anunciado
um bloqueio de R$ 69,9 bilhões em recursos do orçamento de 2015 e, em julho, a
equipe econômica informou que foi autorizado um bloqueio adicional de R$ 8,6
bilhões nos gastos dos ministérios.
Fonte: G1 – DF.
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