COMENTÁRIO.
Scarcela Jorge.
COERÊNCIA NA EDUCAÇÃO.
Nobres:
Ao nomear um professor com histórico
reconhecido para comandar o Ministério da Educação, a presidente Dilma Rousseff
finalmente rompeu o esquema de dependência e submissão aos partidos políticos que
apoiam o governo no Congresso. O filósofo Renato Janine Ribeiro, ao contrário
de seu antecessor, o ex-governador do nosso Estado Cid Gomes, do Partido
Republicano da Ordem Social, (uma espécie de legenda de aluguel) não está na
cota de nenhuma das agremiações partidárias da base governista e obviamente
notório o vínculo com o petismo. Porém, considerando-se o currículo do novo
ministro, é uma bem-vinda escolha técnica, que motiva a área educacional e abre
espaço para o diálogo num setor essencial para o desenvolvimento do país. Por
esta razão convenhamos que os desafios da educação sejam grandiosos. Para
transformar o Brasil na “pátria educadora” prometida pela presidente, (mais um
feito publicitário do seu desastrado governo) o ministro Renato Janine Ribeiro,
terá que enfrentar problemas crônicos num momento de aperto orçamentário. O
primeiro desafio é, sem dúvida, adotar medidas urgentes para qualificar o
ensino básico para que o país deixe de produzir analfabetos funcionais e
encaminhe sua juventude para uma vida mais produtiva e mais próspera. Nesse
sentido, 2015 será um ano emblemático, pois é ano de Prova Brasil para
estudantes de 5º e 9º ano do Ensino Fundamental e 3º ano do Ensino Médio. Mais
uma vez, portanto, o Ministério da Educação terá em mãos uma avaliação ampla da
aprendizagem dos alunos brasileiros, especialmente em relação à leitura, à
escrita e às operações básicas de matemática. Também é dever do ministro recém-nomeado
tirar o Plano Nacional de Educação do papel e colocar em prática estratégias
destinadas a ampliar o atendimento para crianças de até três anos e a oferecer
educação em tempo integral para estudantes da rede pública, com o
correspondente investimento na formação de profissionais para acompanhar o
salto de patamar. E tudo isso sem deixar de lado programas voltados para o
ensino técnico e superior, dos quais dependem milhares de jovens brasileiros
para se desenvolver profissionalmente. Ainda que não domine todas as áreas da
educação que clamam por soluções urgentes, o ministro Renato Janine Ribeiro
assume o cargo com uma credencial promissora: seu compromisso com o
diálogo. Os brasileiros que reconhecem a educação como instrumento essencial ao
desenvolvimento certamente torcerão por ele. Esperamos que o governo tenha
condições práticas no sentido de minimizar os graves desafios da educação no
País onde uma pasta essencialmente técnica é por deveras fundamental onde de
princípio, um “politiqueiro” não poderia resolver a equação normativa daquele
ministério.
Antônio
Scarcela Jorge.