Janot diz que houve fraude na prestação de contas da campanha de 2010. -
Assessoria nega irregularidades e diz que TRE-SP aprovou contas.
O procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, denunciou ao Supremo Tribunal Federal (STF), na última
quarta-feira (29), o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) por falsidade
ideológica por conta de irregularidades na prestação de contas de sua campanha
na candidatura à Câmara dos Deputados em 2010.
A assessoria do deputado negou irregularidades e afirmou que as contas de campanha foram aprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP).
A assessoria do deputado negou irregularidades e afirmou que as contas de campanha foram aprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP).
O Supremo ainda terá que decidir
se abre ou não a ação penal contra Maluf, que já responde a outras três ações
penais no tribunal por suposto superfaturamento de obras e envio de dinheiro
desviado ao exterior referente ao período em que era prefeito de São Paulo
(1993-1996).
Na eleição deste ano, Maluf teve
a candidatura
barrada pela Justiça Eleitoral com base
na Lei da Ficha Limpa por conta de uma condenação por improbidade
administrativa no Tribunal de Justiça de São Paulo.
O parlamentar obteve mais de 250
mil votos e poderia ser eleito, mas os
votos estão "congelados" até que a Justiça decida definitivamente
sobre a situação dele. Atualmente, há um recurso pendente no Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), mas também cabe recurso ao Supremo.
'Dinheiro não declarado'
Na denúncia enviada ao Supremo,
Janot diz que, embora a pena mínima para o crime seja de um ano, o que poderia
ensejar um acordo para suspensão do processo, isso não pode acontecer no caso
de Maluf porque o deputado já responde a outros três processos no STF.
O procurador diz que Maluf teve
despesas eleitorais no valor de R$ 168,6 mil da eleição de 2010 pagas pela
empresa Eucatex, pertencente à família do deputado do PP, sem que o dinheiro
tivesse sido declarado na prestação de contas.
"A alegação de ignorância
quanto a um suposto desconhecimento das despesas não tem verossimilhança, uma
vez que a Eucatex, sabidamente, é empresa de propriedade da família do primeiro
denunciado, pessoa jurídica também utilizada por ele em outros esquemas
delitivos que está envolvido, para remessa ilegal de capitais ao exterior,
notadamente recursos públicos desviados da Prefeitura de São Paulo",
afirmou Janot.
O procurador destaca que três
notas fiscais emitidas pela Eucatex "sem sombra de dúvidas" indicam
que despesas pagas pela empresa "custearam a confecção de material de
campanha de Paulo Maluf".
O tesoureiro da campanha também
foi denunciado pelo procurador. O coordenador de campanha, que já morreu em
abril deste ano, teve extinguido sua punibilidade.
Para Janot, Maluf e o tesoureiro
atuaram em "conluio" porque "assinaram a prestação de contas
eleitoral ideologicamente falsificada, omitindo informações que nela deveriam
constar". "Assim procedendo, de modo livre e consciente, os denunciados
praticaram o delito previsto no artigo 299 (falsidade ideológica) do Código
Penal."
Fonte: G1.
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