MP-RJ quer ouvir Paulo Roberto Costa sobre possíveis desvios de
dinheiro. Empresa é uma das subsidiárias da Petrobras, que é alvo de
investigações.
O juiz federal Sérgio Moro
autorizou, nesta sexta-feira (27), o depoimento do ex-diretor de Abastecimento
da Petrobras, Paulo Roberto Costa, a promotores do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ). A
promotoria fluminense investiga contratos envolvendo a Transpetro, subsidiária
da Petrobras, e a construtora Andrade Gutierrez. Segundo os promotores, há uma
suspeita de enriquecimento ilícito por parte do presidente licenciado da
Transpetro, Sergio Machado.
No despacho, Moro fez apenas
alguns alertas aos promotores fluminenses, como evitar a citação de crimes que
possam ser passíveis de investigação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ou
citações à delação premiada que o ex-diretor da Petrobras tem com a Justiça. Paulo Roberto Costa está em prisão domiciliar no Rio
de Janeiro. Junto ao doleiro Alberto Youssef, ele é acusado de comandar um esquema de desvio de recursos da estatal,
por meio de superfaturamento de obras.
Os promotores do MP-RJ consideram
o depoimento do ex-diretor fundamental para entender se houve participação de
Sergio Machado em algum tipo de fraude na Transpetro. Em um depoimento à Justiça Federal, fora da delação premiada, Costa
afirmou que recebeu R$ 500 mil de propina, das mãos do presidente da
Transpetro. “Foi devido à contratação de alguns navios, e essa contratação
depois ela tinha que passar pela Diretoria de Abastecimento. Então, foi devido
a esse, essa contratação de 21 navios pela Transpetro”, detalhou o Costa à
Justiça.
Moro ainda determinou que o
depoimento seja colhido na casa do ex-diretor da Petrobras e que ele seja
acompanhado de advogados.
Machado licenciado.
Com a abertura das investigações, Sergio Machado decidiu se licenciar do cargo de presidente da Transpetro, no dia 3 de novembro. A subsidiária é responsável pelo transporte de combustíveis e por processamento de gás natural. Em nota, ele negou ter qualquer participação em esquemas de propina.
"Decido de forma espontânea
requerer licença sem vencimento pelos próximos 31 dias. Tomo a iniciativa de
afastar-me temporariamente para que sejam feitos, de forma indiscutível, todos
os esclarecimentos necessários. Trata-se de um gesto de quem não teme
investigações", diz Machado na nota.
Em 10 de outubro, em meio a
especulações no meio político de que Sérgio Machado, indicado pelo PMDB, seria
demitido do cargo, a presidente Dilma Rousseff, em entrevista no Palácio da
Alvorada, afirmou a jornalistas que Machado havia sido chamado pelo ministro de
Minas e Energia, Edison Lobão, a
prestar esclarecimentos sobre as denúncias.
"Quem está conversando com o
servidor da Petrobras Machado é o ministro Lobão, no sentido de esclarecer, de
fato, o que há e o que não há". Na ocasião, Dilma chegou a afirmar que não
basta alguém fazer uma denúncia sem apresentar provas para que uma pessoa seja
condenada.
Deflagrada pela Polícia Federal em março deste ano, a Operação Lava Jato investigou esquema de desvio
de recursos públicos na Petrobras. Em razão das denúncias de superfaturamento e
pagamento de propina, diversos órgãos públicos decidiram investigar a estatal –
entre os quais o Ministério Público, a Controladoria-Geral da União, o Tribunal
de Contas da União e o Congresso Nacional.
Fonte:
G1.
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