Executivos são suspeitos de participação em esquema de corrupção na
Petrobras.
SÃO PAULO - O diretor-presidente
e o presidente do Conselho de Administração da Construtora Camargo Corrêa,
Dalton dos Santos Avancini e João Ricardo Auler, se apresentaram na manhã deste
sábado à Polícia Federal, em São Paulo. Eles serão levados pra Curitiba, no
Paraná, base da Operação Lava-Jato.
“Os dois tiveram prisão temporária
decretada por cinco dias, para assegurar a colheita de provas, afastando o
risco de ocultação, destruição e falsificação durante as buscas e apreensões
realizadas nesta sexta-feira”, segundo despacho da Justiça. No entanto, não
foram encontrados por agentes da PF na sexta.
Outro motivo do pedido de prisão
é a obtenção de depoimento dos dirigentes separadamente, para dificultar
"uma concertação fraudulenta entre os investigados quanto aos fatos".
Segundo o advogado dos dois,
Celso Vilardi, o diretor-presidente da construtora, Dalton Avancini, estava em
compromisso fora de São Paulo com a família, nesta sexta-feira. O presidente do
Conselho de Administração, João Auler, estava em um sítio. Por isso, eles não
teriam sido localizados pela polícia.
Com o desembarque da dupla em
Curitiba, serão 23 os presos da nova etapa da operação Lava-Jato, segundo a
Polícia Federal. A prisão da cúpula da Camargo Corrêa, uma das maiores
empreiteiras do país, foi decretada na última semana.
Além dos dois executivos, o
vice-presidente da empresa, Eduardo Leite, teve prisão preventiva, com duração
de 30 dias, solicitada na mesma operação. Ele não foi encontrado pela manhã de
sexta, em casa, mas entregou-se no fim da tarde à Polícia Federal, em São
Paulo.
Os três são acusados de agir em
esquema de corrupção para pagamento de propinas na Petrobras em troca de
contratos.
O criminalista Celso Viliardes,
que defende Avancini e Auler, disse considerar a prisão de seus clientes
"desnecessária", e por isso entrará com pedido de liberdade para seus
clientes.
O objetivo da prisão temporária é
propiciar a colheita de provas e interrogatório. A colheita já foi feita e o
interrogatório pode ocorrer a qualquer momento. A prisão é desnecessária -
afirmou, neste sábado.
O defensor disse ainda não ter
uma linha de defesa de seus clientes definida, porque ainda precisará ter
acesso aos autos produzidos no âmbito da operação.
Fonte: Agência O Globo.
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