6 ENVOLVIDOS TÊM PRISÃO PRORROGADA.
O ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e mais cinco
empreiteiros vão permanecer presos.
São Paulo. O juiz
federal Sérgio Moro decidiu na noite de ontem manter presos o ex-diretor de
Serviços da Petrobras Renato Duque e mais cinco executivos de empreiteiras,
acusados de envolvimento no esquema de corrupção na companhia petrolífera. As
prisões temporárias (de cinco dias) emitidas na semana passada, que começaram a
ser cumpridas na sexta-feira, foram convertidas em preventivas (por tempo
indeterminado).
Vão continuar presos os
presidentes da OAS, José Adelmário; da UTC, Ricardo Pessoa; e da Camargo
Corrêa, Dalton Avancini. Completam a lista de executivos Mateus Coutinho de Sá
Oliveira, vice-presidente do Conselho de Administração da OAS, e João Ricardo
Auler, presidente do Conselho de Administração da Camargo Corrêa.
Moro também mandou soltar 11
envolvidos, cujas prisões temporárias estavam chegando ao fim. Trata-se de
Valdir Lima Carreiro (Iesa), Othon Zanoide de Moraes Filho (Queiroz Galvão),
Jayme Alves de Oliveira Filho (policial federal), Alexandre Portela Barbosa
(OAS), Walmir Pinheiro Santana (UTC), Idelfonso Colares Filho (Queiroz Galvão),
Carlos Alberto da Costa (que trabalhava para empreiteiras), Otto Garrido
Sparenberg (Iesa), Newton Prado Junior (Engevix), Carlos Eduardo Strauch Albero
(Engevix) e Ednaldo Alves da Silva (UTC).
A maioria dos investigados soltos
respondeu às perguntas feitas pelos delegados da Polícia Federal em
interrogatórios ocorridos desde sábado.
O Ministério Público Federal
havia dado parecer favorável à conversão das prisões temporárias em preventivas
de 11 presos. Estava nessa lista o operador do PMDB Fernando Antonio Falcão
Soares, o Fernando Baiano. Como ele se entregou ontem à PF, o prazo de cinco
dias da prisão temporária começou a contar ontem.
Preso em Curitiba, a previsão era
que Fernando Baiano depusesse ontem. Os investigadores consideram que, se ele
contar tudo o que sabe, o ex-diretor da Petrobras, Renato Duque, e outros
ex-dirigentes da estatal ficarão em "uma situação terrível".
O único foragido da atual fase da
Lava-Jato também teve pedida a prisão preventiva: Adarico Negromonte Filho,
irmão do ex-ministro Mário Negromonte (Cidades).
Domicílio
A defesa do doleiro Alberto
Youssef vai entrar na Justiça Federal com pedido para que o cliente cumpra pena
em regime domiciliar por causa de seu quadro de saúde. Ele foi hospitalizado
por quatro dias em outubro após ter tido uma forte queda de pressão.
O criminalista Antonio Figueiredo
Basto informou que aguarda laudo médico para pedir que Youssef possa sair da
carceragem. O doleiro é acusado de operar a "lavanderia" que
movimentou milhões em propinas relacionadas a obras da Petrobras.
Justiça quebra sigilo de 16 empreiteiros
São Paulo. A
Justiça Federal no Paraná decretou a quebra do sigilo bancário de 16 executivos
das maiores empreiteiras do País - OAS, UTC Engenharia, Mendes Júnior, Camargo
Corrêa, Galvão Engenharia e Iesa, todas sob suspeita da Operação Juízo Final,
sétima fase da Lava-Jato. Entre os alvos da medida também estão as três
empresas de "consultoria" controladas em parceria pelo operador do
PMDB Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, e Renato Duque, ex-diretor de
Serviços da Petrobras.
O rastreamento bancário atinge o
presidente da Construtora Camargo Corrêa, Dalton dos Santos Avancini, o
presidente do Conselho de Administração da empresa, João Ricardo Auler, o vice
Eduardo Hermelino Leite, além do vice-presidente da Mendes Júnior, Sérgio
Mendes, o presidente da Iesa Óleo e Gás, Valdir Lima Carreiro, e o presidente
da UTC, Ricardo Ribeiro Pessoa, que mantém estreito relacionamento com o
doleiro Alberto Youssef, apontado como operador do esquema de propinas e
corrupção na Petrobras, entre outros envolvidos.
O acesso aos dados bancários do
grupo foi requerido pelo Ministério Público Federal. Os procuradores da
Lava-Jato querem cruzar movimentações financeiras para tentar identificar a
fonte de recursos. Advogados dos investigados sustentam que não houve prática
de atos ilícitos. As próprias construtoras anunciaram que estão colaborando com
as investigações, por meio da entrega de documentos.
Fonte: Reuters.
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