COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.
LIDERANÇA
ENTIJUCADA.
Nobres:
Jamais na história deste país, se
viu tanta corrupção, tanto empenho em manter a população menos favorecida presa
a falsos benefícios, tanta escamoteação por parte do governo para encobrir os
chamados “malfeitos” expressão tão cara à presidente da República. O petrolão é
a ponta de inúmeros desvios do dinheiro público, significativo a ponto de,
antes mesmo de seu deslinde, colocar o mensalão como um episódio de menor
importância. A pergunta é por que Marcos Valério serviria de intermediário para
negócios escusos se não fosse a mando de alguém bem mais importante que José
Dirceu? E por que José Dirceu, o qual, aparentemente, não enriqueceu à custa
das falcatruas, valer-se-ia de Marcos Valério? A dedicação única a um partido
político? O bem da pátria? - A questão que se apresenta agora é a mesma. O que moveu Paulo Sérgio e Alberto
Youssef? Apenas a vontade de fazer benevolência com o dinheiro alheio? Na Terra
do Nunca, talvez se possa acreditar nessa fábula. Talvez ela prospere e
continuemos a viver num mundo imaginário, onde seus habitantes se recusam a
crescer. Porque crescer envolve abrir os olhos, abandonar contos da carochinha
e plantar os pés firmemente no real. E o mundo real brada para que fiquemos alerta,
cobrando, tanto da situação quanto da oposição, o cumprimento das promessas de
campanha, sem acomodação ou derrotismo. Num Congresso Nacional em via de sofrer
maciça renovação, seus atuais membros empenham-se com especial denodo em deixar
de fora das CPIs a inquirição de diretores da Petrobras, do tesoureiro-geral do
Partido dos Trabalhadores e de parlamentares citados pelos delatores Paulo
Sérgio e Youssef. Dos novos congressistas, espera-se que levem ao fim e ao cabo
a apuração dos fatos que envolvem seus membros. Pela primeira vez em 12 anos,
levanta-se uma oposição ao governo federal, respaldada em mais de 50 milhões de
votos. Se não vivemos na Terra do Nunca, importa acreditar que é séria e
respeitável e movida pela justa busca do bem comum; é só aguardar.
Antônio Scarcela Jorge.
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