EXECUTIVO
INVESTIGADO DIZ TER SIDO AMEAÇADO PARA PAGAR PROPINA.
A defesa de Erton Medeiros de
Fonseca, um dos executivos da Galvão Engenharia envolvidos na operação
"lava jato" da Polícia Federal, disse à Justiça Federal do Paraná que
ele foi ameaçado para que pagasse um total de R$ 8,3 milhões de propina em
valores líquidos, de 2010 a 2014. Entre os recibos de pagamentos contidos na
petição, um que aponta que Fonseca pagou R$ 230 mil em propinas em abril deste
ano, ou seja, um mês depois que a operação começou. As informações são do
jornal O Estado de S. Paulo.
De acordo com a o texto da
defesa, Fonseca teria sido ameaçado por Shinko Nakandari, "pessoa que se
apresentou como emissário da Diretoria de Serviços da Petrobras na presença de
Pedro Barusco", ex-gerente executivo da Diretoria de Serviços da Petrobras.
Barusco fez acordo de delação
premiada no qual concordou com a devolução de cerca de US$ 100 milhões aos
cofres públicos, além de esclarecer tudo o que sabia sobre o esquema de
corrupção e propina na estatal.
No documento encaminhado à
Justiça Federal do Paraná, a defesa de Erton alega que os pagamentos foram
feitos pela Galvão Engenharia para contas da LFSN Consultoria, empresa que
Erton Fonseca diz ter sido indicada por Shinko e para a qual o executivo
deveria pagar propina "com a efetiva ameaça de retaliação das contratações
que a Galvão Engenharia S/A tinha com a Petrobras, caso não houvesse o
pagamento dos valores estipulados de maneira arbitrária, ameaçadora e
ilegal", apontam os advogados José Luis Oliveira Lima e Camila Torres
Cesar, na petição de defesa.
A Diretoria de Serviços da
Petrobras foi comandada até 2012 por Renato Duque, também preso na sétima etapa
da lava jato. Duque é apontado como indicado do PT ao cargo e, segundo
depoimentos de Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef à Justiça Federal, ele seria
o responsável por operacionalizar o esquema de propinas para o PT. Todas as
licitações da estatal passam pela Diretoria de Serviços que, segundo Costa e
Youssef, recolhia 2% do valor dos contratos para o Partido dos Trabalhadores.
Fonte: AE.
Nenhum comentário:
Postar um comentário