SÃO PAULO - Horas depois da
divulgação da polêmica carta de demissão da senadora Marta Suplicy, que deixou
o Ministério da Cultura e antecipou a reforma ministerial do governo da
presidente Dilma Rousseff, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse que é legítimo
o seu desejo de disputar a Prefeitura de São Paulo nas eleições de 2016,
comandada pelo correligionário petista Fernando Haddad. "É legítimo Marta
querer disputar a Prefeitura de São Paulo em 2016", disse Suplicy, em
entrevista ao Broadcast Político,
serviço da Agência Estado de notícias em tempo real.
Segundo informações de bastidor,
a saída de Marta do ministério e seu retorno às atividades no Senado Federal
têm o intuito de preparar o caminho para a disputa municipal nas próximas
eleições. Indagado se a intenção de Marta não poderia causar um mal estar no
partido, pois o titular do executivo municipal é um petista, Suplicy disse que
este é um caminho natural e que as prévias são legítimas. Ele lembrou que no
pleito passado, cinco postulantes pleitearam a cabeça de chapa do partido. No
final, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva bateu o martelo pelo nome de
Haddad, que venceu as eleições em segundo turno, contra o tucano José Serra.
Na avaliação de Suplicy, "a
ocorrência de uma eventual prévia em 2016 poderá fortalecer o nome do atual
prefeito". O senador petista, que foi derrotado nessas eleições por José
Serra, disse que Haddad deverá terminar seu mandato bem avaliado. "A
gestão dele está tendo gradualmente uma apreciação positiva e ele deverá terminar
o mandato bem avaliado e pronto para disputar a reeleição", disse,
destacando que, por essa razão, não há porque evitar uma eventual prévia com
Marta e com quem mais pleitear o cargo, como ocorreu em 2012.
Carta
O senador disse que conversou com
Marta na tarde de hoje e ela "está muito bem". Indagado se a carta de
demissão que ela redigiu significava um rompimento com o governo, ele disse que
não. "Não senti que houve um rompimento, a carta de Marta foi muito
elogiosa, ela agradeceu a honra de ser ministra e fez uma sugestão construtiva
sobre o novo ministro da Fazenda que será escolhido por Dilma. Mas a missão
chegou ao fim e ela já estava querendo voltar ao Senado há algum tempo",
afirmou.
Eduardo Suplicy disse também que,
no encontro que os senadores tiveram na semana passada com o ex-presidente
Lula, em São Paulo, o nome de Marta foi citado como o de alguém que terá um
papel importante no Senado para o PT. Segundo Suplicy, o próprio Lula lembrou
que Marta será uma colaboradora do governo Dilma no parlamento.
Fonte: AE.
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