Intelectuais das esquerdas e
representantes de movimentos sociais que tiveram papel decisivo na reeleição de
Dilma Rousseff criaram um abaixo-assinado online no qual cobram da presidente
coerência entre o discurso de campanha e as práticas de governo. Os principais
alvos são a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), possível indicada para o Ministério
da Agricultura, e o ex-secretário do Tesouro Joaquim Levy, virtual ministro da
Fazenda. Com mais de 2500 adesões até a tarde desta terça-feira, o texto da
petição diz que as escolhas "sinalizam uma regressão".
"Os rumores de indicação de
Joaquim Levy e Kátia Abreu para o Ministério sinalizam uma regressão da agenda
vitoriosa nas urnas. Ambos são conhecidos pela solução conservadora e
excludente do problema fiscal e pela defesa sistemática dos latifundiários
contra o meio ambiente e os direitos de trabalhadores e comunidades
indígenas", diz a petição, que também exige a participação social na
escolha dos novos ministros.
Nenhum dos dois nomes foi
oficializado pelo governo federal. O anúncio dos novos ministros deve ocorrer
na semana que vem. A indicação de Kátia Abreu sofre resistências do próprio
PMDB, que prefere um nome ligado à bancada do partido na Câmara e contabiliza a
possível nomeação da senadora na cota pessoal da presidente. "As propostas
de governo foram anunciadas claramente na campanha presidencial e apontaram
para a ampliação dos direitos dos trabalhadores e não para a regressão social.
A sociedade civil não pode ser surpreendida depois das eleições e tem o direito
de participar ativamente na definição dos rumos do governo que elegeu".
Segundo o texto, no "terceiro turno" das eleições iniciado pela
oposição, Dilma é acusada pela falta de diálogo com as forças que a elegeram.
"A oposição não deu tréguas
depois das eleições, buscando realizar um terceiro turno em que seu programa
saísse vitorioso. A presidenta eleita parece levar mais em conta as forças cujo
representante derrotou do que dialogar com as forças que a elegeram",
subscrevem os descontentes com as indicações feitas pela presidente.
O manifesto conta com apoio de
nomes e entidades que tiveram papel importante na campanha como o teólogo
Leonardo Boff, o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, o coordenador do Movimento
dos Sem Terra João Pedro Stédile e o cientista político André Singer, porta-voz
da Presidência no governo Luiz Inácio Lula da Silva.
- COMENTÁRIOS DOS LEITORES.
1. Não é que as idéias de política econômica mais
próxima do PSDB ganharam o governo? Não terá sido por força de reconhecer o
inevitável? Quanto ao retrocesso que os intelectuais acusam, bem, retrocesso do
retrocesso é bem vindo, já estava mais do que na hora.
2. Todo mundo sabe
que intelectual Petista só pensa
quando está com a cabeça vazia, nada do que eles dizem tem alguma coerência.
3. Boff (esse é um bofe mesmo) somente administrou uma igreja, sem impostos e
sem poder ir à falência, o Stedile nunca trabalhou e mama nas tetas do governo
e André Singer nunca administrou nada. Gastaram mais do que podiam e agora terão
de enfrentar o capitalismo.
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