quinta-feira, 20 de novembro de 2014

COMENTÁRIO - SCARCELA JORGE - QUINTA-FEIRA, 20 DE NOVEMBRO DE 2014

COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.

CARECE COM URGÊNCIA CORRIGIR.
Nobres:
A fragilidade do sistema em que o atual governo recai diante de suas ações motivadas pela parceria de aliados corruptos, certamente custará pela impropriedade em espécie. Neste contexto é que nós participante de uma sociedade moral e que exercita o espinhoso espírito de cidadania, onde priorizar a ética por parte do poder é literalmente desprezado e, jamais imaginávamos conviver com sentimentos exacerbados pela sequência devastadora de notícias sobre o escândalo da Petrobras. A natural indignação com a amplitude do esquema montado por servidores da estatal e por um grupo de empreiteiras não pode, no entanto, ser confundida com posições que ultrapassam os limites da revolta e do engajamento a todos os esforços para que o caso seja desvendado. Estão fora de contexto às manifestações radicalizadas, das mais variadas formas, com a sugestão de que a solução para a corrupção poderia estar na supressão da democracia. Isto é iniquidade idealizar. É compreensível que a sociedade esteja assombrada com as fragilidades dos controles, com o loteamento irresponsável das direções da empresa e com a demora do governo para reagir às denúncias. Desde as primeiras notícias sobre a compra da usina de Pasadena, estava claro que a transparência não presidia as ações da estatal. Em pouco tempo, ficou evidente que a transação superfaturada não significava um negócio de exceção, cometido por incompetência administrativa. As investigações acabaram por desnudar um sistema criminoso de superfaturamento de transações e serviços, com o objetivo de distribuir propinas a políticos. É na inépcia do governo e no envolvimento de ocupantes de cargos públicos que se apegam os defensores à sensação de que corruptos e corruptores se apoderaram de patrimônios nacionais. O que se espera, nas próximas etapas das investigações, depois da identificação de servidores e empreiteiras que os corrompiam, é que a Polícia Federal e o Ministério Público cheguem aos nomes dos políticos que se beneficiavam dos desmandos e que todos sejam responsabilizados na forma da lei. Mas não será pelo ataque indiscriminado e desqualificador da atividade pública que o país resolverá os problemas decorrentes do descontrole que consome as finanças e a reputação da Petrobras, os ganhos de seus acionistas e a própria imagem do Brasil no Exterior. O que o país precisa é de um golpe de decência, com o aperfeiçoamento das instituições, dos mecanismos de vigilância e das respostas da Justiça à sensação de impunidade. O Brasil encaminhará a solução de suas mazelas com mais democracia é o que esperamos.
Antônio Scarcela Jorge.

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