COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.
CARECE COM URGÊNCIA CORRIGIR.
Nobres:
A fragilidade do sistema em que o
atual governo recai diante de suas ações motivadas pela parceria de aliados
corruptos, certamente custará pela impropriedade em espécie. Neste contexto é
que nós participante de uma sociedade moral e que exercita o espinhoso espírito
de cidadania, onde priorizar a ética por parte do poder é literalmente
desprezado e, jamais imaginávamos conviver com sentimentos exacerbados pela
sequência devastadora de notícias sobre o escândalo da Petrobras. A natural
indignação com a amplitude do esquema montado por servidores da estatal e por
um grupo de empreiteiras não pode, no entanto, ser confundida com posições que
ultrapassam os limites da revolta e do engajamento a todos os esforços para que
o caso seja desvendado. Estão fora de contexto às manifestações radicalizadas,
das mais variadas formas, com a sugestão de que a solução para a corrupção
poderia estar na supressão da democracia. Isto é iniquidade idealizar. É
compreensível que a sociedade esteja assombrada com as fragilidades dos
controles, com o loteamento irresponsável das direções da empresa e com a
demora do governo para reagir às denúncias. Desde as primeiras notícias sobre a
compra da usina de Pasadena, estava claro que a transparência não presidia as
ações da estatal. Em pouco tempo, ficou evidente que a transação superfaturada
não significava um negócio de exceção, cometido por incompetência administrativa.
As investigações acabaram por desnudar um sistema criminoso de superfaturamento
de transações e serviços, com o objetivo de distribuir propinas a políticos. É
na inépcia do governo e no envolvimento de ocupantes de cargos públicos que se
apegam os defensores à sensação de que corruptos e corruptores se apoderaram de
patrimônios nacionais. O que se espera, nas próximas etapas das investigações,
depois da identificação de servidores e empreiteiras que os corrompiam, é que a
Polícia Federal e o Ministério Público cheguem aos nomes dos políticos que se
beneficiavam dos desmandos e que todos sejam responsabilizados na forma da lei.
Mas não será pelo ataque indiscriminado e desqualificador da atividade pública
que o país resolverá os problemas decorrentes do descontrole que consome as
finanças e a reputação da Petrobras, os ganhos de seus acionistas e a própria
imagem do Brasil no Exterior. O que o país precisa é de um golpe de decência,
com o aperfeiçoamento das instituições, dos mecanismos de vigilância e das
respostas da Justiça à sensação de impunidade. O Brasil encaminhará a solução
de suas mazelas com mais democracia é o que esperamos.
Antônio Scarcela Jorge.
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