COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.
CORRUPÇÃO INSTITUCIONALIZADA.
Nobres:
A Operação Lava-Jato, que desnuda
a conhecida, mas até então impune relação promíscua entre grandes empreiteiras
e o poder público, renova a esperança, tal como o “mensalão”, de que essas
verdadeiras aves de rapina, que há anos enriquecem às custas da miséria de
milhões de brasileiros, estejam ameaçadas, se não de extinção, ao menos de
viver em cativeiro prisional. Sabemos que o caminho para a punição de desvios é longo. A corrupção está
institucionalizada no seio da sociedade brasileira, em especial no meio
político, há muito estruturado em premissas e condutas viciadas, que começam no
financiamento de campanhas e culminam na chantagem de só funcionar se
interesses, nem sempre republicanos, forem atendidos. A recém-finda campanha
política é uma fotografia perfeita e acabada desse cenário corrompido. Os
candidatos ocuparam quase todo o espaço disponível não para ganhar a confiança
do eleitor com projetos ou propostas, mas, sim, para provar qual pertence ao
grupo mais corrupto. Triste, para dizer o menos. Aparece nesse cenário de
escuridão, uma nesga de luz. Uma polícia estruturada, um Ministério Público
ativo e um Judiciário independente começam a trabalhar em conjunto, apresentando
resultados que entusiasmam. Bendita delação premiada, que agora começa a vingar
neste país. Flagrados, criminosos, para salvar a pele, oferecem a cabeça dos
comparsas, fraqueza moral absolutamente coerente para quem vive do ilícito. Também,
na expectativa de redução da pena, comprometem-se a devolver parte do que foi
apropriado e agora, de forma inusitada, já admitem construir casas, não de
moradia, mas prisionais. Quem sabe, a partir disso, não estejamos próximos a
mais um lançamento de um grande programa tido como social “a coqueluche dos
governos lulistas”. Mas em sua maioria, com fins do protecionismo aqueles que
aliam a corrupção e, por outro lado exercem a interação das classes sociais
mais modestas tendo em vista por conclusão meramente eleitoreira.
Antônio Scarcela Jorge.
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