Scarcela Jorge.
‘MULTI
PROLIFERAÇÃO’ DE PARTIDOS POLÍTICOS CONCENTRA A CORRUPÇÃO NO BRASIL.
Nobres:
Embora fiquemos
literalmente contrários a reeleição não é somente esta que se criou a corrupção
no Brasil. Ela existia antes de 1997 e continuou existindo. O uso de verbas
públicas para fins privados acontece durante os governos em licitações
fraudadas, em caixas de campanha do seu próprio partido e de seus aliados.
Colocar exclusivamente a culpa na reeleição pelos desvios de verbas públicas,
de princípio é imaginar que só os candidatos à reeleição cometem crimes contra
a administração pública e que eles os cometem mais que os outros agentes
públicos. É possível que uma comunidade troque o seu governante a cada ciclo
eleitoral e, mesmo assim, a corrupção se dê de modo permanente. Portanto, não é
tão somente juntar entre o fim da reeleição e o fim da corrupção nos faz
transluzir de confirmação coerente. Por “regra” indicaria a alternância de
poder como “elemento” de solução, o que não é verdadeiro, e sim, precisamos
olhar para os partidos políticos e não para os indivíduos. Para ser efetiva
esta alternância, ela precisa contar com pelo menos dois partidos capazes de
tornar a disputa indeterminada em todas as eleições. O Brasil conta com isso há
oito eleições, desde 1989. A instituição da reeleição não diminuiu a
imprevisibilidade das eleições e é possível haver imprevisibilidade com
recondução de partidos, tanto como nos três últimos pleitos brasileiros e como
em tantas experiências internacionais. A falta de
democracia está nos mecanismos de produção de governos dentro dos partidos e o
personalismo dos líderes. Essa deficiência precisa ser equacionada por melhores
mecanismos de construção da agenda do partido e seus aliados na coalizão
ministerial. Mas esse problema nunca dependeu tão-somente da reeleição. Seja
com Vargas ou JK, seja com FHC ou Lula. Estes são nomes cuja força não dependeu
da reeleição. Seus partidos não foram capazes de elaborar programas e
transformá-los em identidade coletiva. Hoje em dia contamos com a polarização
entre PT e PSDB, e pode-se argumentar que ela foi conquistada graças à oposição
de projetos partidários que tiveram como porta-vozes presidentes de forte apelo
popular. Temos que fortalecer os partidos políticos, para fomentar de fato o
multipartidarismo eficiente baseado em programas de partidos, estatutos e
normas competentes que se possam aliar seus filiados e identifica-los a
agremiação, deixando de ser sigla de aluguel e jogo das negociatas. A
polarização se ganha com naturalidade, mas, dentro de um padrão consistente e
que não venham comprometer a ética e a moral. Abatendo este princípio, mais por
força da cultura política do país, seria apenas atenuar as questões que nos
leva incorrer o exercício pleno da corrupção.
Antônio Scarcela Jorge.
GOVERNO QUER ADIAR
VOTAÇÃO DO ORÇAMENTO IMPOSITIVO, DIZ LÍDER.
Deputado Henrique Fontana (PT-RS) se reuniu com ministro Berzoini. Ele
afirmou ser 'evidente' que existem tensões com o PMDB.
O líder do governo na Câmara,
deputado Henrique Fontana (PT-RS), afirmou nesta terça-feira (4) que o governo
pedirá durante reunirão de líderes nesta tarde que a Casa adie para a próxima
semana a votação da PEC do Orçamento Impositivo, que obriga a União a pagar as
emendas parlamentares. A votação consta na pauta da Câmara para esta semana.
Fontana participou nesta manhã de
reunião com o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Ricardo
Berzoini, no Palácio do Planalto. Se a proposta do Orçamento Impositivo for
aprovada, a União ficará obrigada a pagar as emendas em um limite de até 1,2%
da Receita Corrente Líquida (R$ 14,68 milhões por parlamentar, segundo o
Orçamento de 2014). A Receita Corrente Líquida é a soma do que é arrecadado
pelo governo, descontadas as transferências feitas por determinação
constitucional ou legal para estados, municípios e Distrito Federal.
“Nós estamos solicitando ao
presidente Henrique Eduardo Alves que nos dê mais alguns dias de negociação em
relação à PEC do Orçamento Impositivo, especialmente porque ela tem um destaque
feito pela bancada do DEM que prevê uma alteração [no que está previso no
texto] para a área da saúde, mas uma questão assessória, que não é o centro da
PEC”, disse o líder a jornalistas.
FPM
Fontana destacou ainda que o governo pedirá à Câmara prioridade na votação do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que prevê o aumento de 23,5% para 24,5% o repasse de recursos da União para o fundo. A mudança teria impacto de R$ 3,8 bilhões para os cofres do governo federal.
O Planalto defende que o aumento
de um ponto percentual seja pago em duas etapas, a primeira em 2015 e a segunda
em 2016. Parte dos deputados, porém, pressiona para que o repasse seja ampliado
em dois pontos percentuais.
Conforme explicou Henrique
Fontana, a votação é “bastante esperada” pelos municípios e será sugerido,
durante a reunião de líderes na Câmara, que o tema seja votado nesta semana.
“Vamos sugerir ao presidente
Henrique Eduardo Alves que a PEC tenha prioridade e seja votada nesta semana, e
estamos também ajustando outras questões em torno da pauta”, concluiu.
Tensões' com o PMDB
Fontana também foi questionado
por jornalistas sobre a relação entre o governo e o PMDB, um dos maiores
partidos da base aliada. Nos últimos dias, têm sido realizadas reuniões de
parlamentares do chamado “blocão” – grupo informal criado por políticos de
partidos que compõem a base aliada ao governo, mas estão insatisfeitos com a
presidente. Fontana afirmou ser “evidente” que há tensões.
“A relação com o PMDB é uma
relação como nós temos com todos os outros partidos que compõem a base de
sustentação do governo. O PMDB tem a sua personalidade, as suas posições,
ideias e é evidente que existem tensões colocadas por conta de resultados eleitorais
regionais”, disse.
Fontana destacou, porém, a
eleição do vice-presidente Michel Temer na chapa formada com a presidente Dilma
Rousseff na eleição presidencial deste ano e disse “apostar” que os dois
partidos governarão juntos o país.
Fonte: G1.
CÂMARA APROVA EM 1º TURNO
AUMENTO DE REPASSES DA UNIÃO PARA MUNICÍPIOS.
Pela proposta, repasse passa de 23,5% do valor de IPI e IR para 24,5%.
Aumento representará R$ 3,8 bilhões a mais por ano para as prefeituras.
Aumento representará R$ 3,8 bilhões a mais por ano para as prefeituras.
A Câmara dos Deputados aprovou
nesta quarta-feira (4), em primeiro turno, proposta de emenda à Constituição
(PEC) que aumenta o percentual de recursos que a União repassa anualmente aos
municípios por meio do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). O texto
recebeu o aval de todos os 368 deputados presentes à sessão do plenário da
Casa.
A análise da matéria em segundo
turno ocorrerá depois de cinco sessões, prazo previsto no regimento para
votação de PECs. O FPM é formado por parcela dos recursos que a União arrecada
com o Imposto de Renda e o Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI).
Apesar de diminuir o valor da arrecadação que fica com a União, o texto foi
aprovado conforme o governo havia se comprometido anteriormente com os
municípios.
Atualmente, 23,5% do recursos
obtidos com esses dois impostos são destinados aos municípios. Pela PEC
analisada pela Câmara, o percentual passa para 24,5%. O aumento de um ponto
percentual terá um impacto anual de R$ 3,8 bilhões para os cofres do governo
federal, conforme estimativa da Secretaria de Relações Institucionais.
De acordo com a proposta, esse
reajuste nos repasses será feito em duas parcelas de meio ponto percentual – a
primeira em 2015 e a segunda, em 2016. A partir de 2017, o pagamento será feito
em uma única parcela todo mês de julho.
A Confederação Nacional dos
Municípios (CNM) pedia um aumento maior, de dois pontos percentuais nos
repasses anuais. No entanto, o governo não admitiu elevar o valor do fundo. O
problema é que quando propusemos essa alteração foi de 2012, de dois pontos
percentuais. Esse um ponto percentual não vai resolver o problema dos
municípios, só vai amenizar os problemas das prefeituras. Os programas do
governo federal em parceria com os municípios foram subfinanciados nas últimas
décadas e as prefeituras estão sem condição de cumprir metas, disse o
presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkoski.
Fonte: G1.
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