09.03.2014.
Poranga. Lugar
apropriado para retiro espiritual, oração e meditação. Além disso, ideal para
quem quer sair do burburinho da cidade, das ocupações do trabalho e refletir
sobre a vida. O Alto da Mãe de Deus, nesta cidade, possui essas características
e oferece essa alternativa, especialmente, para os católicos.
Localizado a 285 km de Fortaleza,
o lugar, dirigido pela Associação dos Amigos do Alto da Mãe de Deus e
pertencente à Paróquia de Jesus, Maria e José recebe muitos visitantes e
buscará ser reconhecido como bem cultural, histórico e religioso junto aos
órgãos estaduais e futuramente ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (Iphan).
"Estamos nos articulando
para buscar o reconhecimento junto aos órgãos competentes para que possamos
prover a manutenção e preservação deste bem cultural, histórico, ambiental e
religioso, que é tão importante para o nosso município, para a região e o meio
ambiente. É um lugar com uma natureza linda, imponente e junto com a Igrejinha
compõe uma paisagem inigualável. Precisa ser reconhecido e preservado",
salienta o secretário municipal de Meio Ambiente, Ricardo Sampaio.
O patrimônio cultural abrange
bens móveis e imóveis, tomados isoladamente; conjuntos arquitetônicos,
urbanísticos, históricos e paisagísticos; paisagens culturais que revelem uma
combinação da ação do homem com a natureza; paisagens concebidas
intencionalmente, como jardins e parques; paisagens associadas a fenômenos
religiosos simbólicos; patrimônio documental ou arquivístico; patrimônio
cultural imaterial (formas de expressão, modos de criar, fazer e viver); sítios
arqueológicos e entorno de bens culturais.
Quando um imóvel é tombado por
algum órgão do patrimônio histórico, esse não pode ser demolido, nem mesmo
reformado. Pode apenas passar por processo de restauração, seguindo normas
específicas, para preservar as características originais da época em que foi
construído.
A área, situada em local elevado,
na zona urbana, é composta pela Igreja de Pedra, a Casa da Mãe de Deus, locais
onde as pessoas se dirigem para fazer retiro espiritual e na mesma área há a
Pedra Grande, conjunto natural de pedras, de onde se vê uma vista privilegiada
da cidade.
"Vale ressaltar que o espaço
em volta da igrejinha é preservado ecologicamente com área delimitada, onde há
também a tão conhecida e fantástica Pedra Grande, de onde é possível ter uma
visão panorâmica de toda cidade", destaca o secretário.
História
A construção da Igreja teve
início com o Padre Luiz Santos no ano de 1958, em um terreno pertencente a
Paróquia de Jesus, Maria e José (atualmente sob responsabilidade da Diocese de
Crateús), em um período de seca. A obra, além da questão espiritual, teve um
objetivo social: visava a permanência dos flagelados da seca em sua terra
natal.
A Igreja foi concluída depois de
cinco anos de seca (1979-1983) e finalmente inaugurada em 15 de agosto de 1989,
pelo então bispo de Crateús, Dom Antonio Fragoso. Neste ano comemora 25 anos.
"A Igreja é considerada por
unanimidade uma obra artística no estilo da arte românica dos Séculos VI e VII
na Europa. O mais interessante em meio a isso, é que nem o Padre Luiz e nem o
mestre Luiz que idealizaram a obra não eram conhecedores de tal estilo,
identificado por um especialista em arte românica Franco-Canadense que entre as
600 igrejas que ele já tinha visitado, considerou a Igrejinha de Pedra uma das
mais belas e puras nesse estilo", salienta Sampaio, destacando o valor e
significado da construção.
Retiro
A irmã Margarete Malsliet, que
reside na Casa da Mãe de Deus desde a inauguração e em Poranga há 35 anos, recebe
os visitantes com alegria e acolhimento. Acompanha e orienta nos retiros
àqueles que solicitam e presta toda a assistência aos visitantes, oferecendo
inclusive uma alimentação natural e alternativa.
Aos 74 anos, a religiosa é a
única da Congregação Filhos de Maria e José no país e mora sozinha no Alto.
Dedicou sua vida ao povo mais sofrido na região e atualmente se dedica ao
acolhimento das pessoas em retiro no local.
"No final do ano passado
completaram-se 50 anos que estou no Brasil. Vivi no Rio Grande Norte,
Pernambuco e depois me fixei aqui. Sempre trabalhei e vivi junto ao povo mais
sofrido, primeiro nas comunidades eclesiais de base, na Paróquia e agora aqui,
voltada para o retiro", conta a irmã, natural da Bélgica.
Conforme a religiosa, a Casa tem
capacidade para receber grupos maiores para oração e meditação por um dia.
Porém, para permanência de mais dias, como é normal em retiros espirituais, o
espaço é pequeno e acomoda bem em torno de cinco pessoas. Mais do que isso, a
Casa recebe, porém, de maneira menos confortável.
"As nossas instalações são
simples e pequenas. É um estilo simples, sem luxo, mas tudo o que precisa para
meditar, orar, pensar na vida e sair renovado", ressalta, destacando que a
excelente possibilidade de contato com a natureza e o local favorece a quem
deseja se retirar do mundo e voltar-se para si mesmo.
Programação
Ao encerrar o retiro, é rotina da
Casa solicitar que a pessoa externe a sua opinião e sentimento sobre a
realização do retiro, em um caderno.
"Em geral elas contam que
gostam, que se refazem. Sempre aparece uma luzinha, ao saírem desse mundo
agitado em que vivem. Saem daqui renovadas", destaca.
Na programação religiosa da
Igreja de Pedra há aos sábados à 6h da manhã ofício a Nossa Senhora. No mês de
maio há a oração diariamente no mesmo horário e missa duas vezes por ano: uma
no dia 15 de agosto, aniversário da Igreja e no primeiro dia do ano, por
ocasião da festa da mãe de Deus, à qual a Igreja é dedicada.
Fonte: DN.
Nenhum comentário:
Postar um comentário