BARBOSA CRITICA ADVOGADOS
EM TRIBUNAIS ELEITORAIS
Na semana passada, Barbosa também havia criticado o
fato de ministros do STF terem jornada dupla, integrando também o Tribunal
Superior Eleitoral (TSE)
Joaquim
Barbosa: "Há coisa mais absurda que o advogado ter seu escritório durante
o dia a noite se transformar em ministro?"
Brasília - O presidente do
Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, criticou a presença de advogados na composição dos tribunais eleitorais
Na semana passada, Barbosa também
havia criticado o fato de ministros do STF terem jornada dupla, integrando
também o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Na sessão do Conselho Nacional de
Justiça (CNJ), Barbosa afirmou ser uma incongruência do sistema um advogado
defender causas durante o dia e julgar processos na Justiça eleitoral à noite.
A crítica foi feita quando o
Conselho discutia se procuradores da Fazenda podem trabalhar como assessores de
juízes e ministros, o que é contestado pela Ordem dos Advogados do Brasil
(OAB).
"É, no mínimo, um menoscabo
da inteligência da magistratura. No mínimo. O juiz é um débil mental. Ele não
toma decisões. Ele é comandado pelo seu assessor, não é?", ironizou.
"Agora, se fôssemos levar a sério essa prerrogativa de acabar com essas
incongruências que existem no Judiciário brasileiro, as primeiras que
deveríamos extinguir são as que beneficiam advogados", atacou.
"Há coisa mais absurda que o
advogado ter seu escritório durante o dia a noite se transformar em
ministro?", questionou. "Ele - o advogado - cuida de seus clientes
durante o dia, tem seus honorários e à noite ele se transforma em juiz. Ele
julga, às vezes, causas que têm interesses entrecortados e de partes sobre
cujos interesses ele vai tomar decisões à noite. Estou falando da Justiça
eleitoral, que nada mais é do que isso", disse.
A legislação estabelece que os
tribunais eleitorais têm em suas composições um terço de membros oriundos da
advocacia. "É esse tipo de absurdo que temos que eliminar", afirmou,
defendendo a possibilidade de procuradores da Fazenda serem chamados para
assessorar magistrados.
Na semana passada, Barbosa havia
reclamado também da jornada dupla dos ministros do Supremo, que também integram
a composição do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Barbosa renunciou ao cargo
quando foi ministro do TSE, alegando problemas de saúde.
Fonte: Agência Brasil.
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