Corpo de Marcelo
Déda é velado em Aracaju.
Aracaju Uma
multidão ocupou ontem as ruas de Aracaju para a despedida ao governador Marcelo
Déda (PT), que morreu na madrugada de ontem aos 53 anos. Em segundo mandato à
frente do Estado, o petista fazia tratamento contra um câncer gastrointestinal
havia um ano e três meses. Ele estava licenciado da gestão desde maio.
A chegada do
corpo do petista, ontem, em Aracaju, foi acompanhada por uma multidão. Déda foi
casado duas vezes e deixa mulher e cinco filhos. O governador em exercício
decretou ponto facultativo ontem e hoje em Sergipe.
Eleito vice de
Déda, Jackson Barreto (PMDB) já vinha atuando como governador em exercício e
agora assume o posto até o fim do próximo ano.
O corpo de Déda
deixou pela manhã o hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, e foi levado para
Sergipe em um avião da Força Aérea Brasileira. Na capital sergipana, milhares
de pessoas acompanharam o cortejo do aeroporto até o Palácio Olímpio Campos,
local do velório.
O trajeto de
cerca de 8 km entre o aeroporto e o palácio foi tomado por moradores. Famílias
se aglomeravam na calçada, sentadas na porta de casa ou em carros estacionados.
Muitos seguravam bandeiras do PT ou de Sergipe.
O governador em
exercício decretou ponto facultativo ontem e hoje. Lideranças empresariais
decidiram que o comércio em Aracaju funcionará hoje, até as 14h. Mas abertura
ou não das lojas dependerá de cada lojista.
Luto na política
Durante todo o
dia de ontem, diversas autoridades manifestaram pesar pela morte de Déda, entre
elas a presidente Dilma Rousseff, que esteve no velório, e disse ter perdido
"um grande amigo". Citou ainda a trajetória "marcada pela
dedicação em transformar para melhor a vida das pessoas".
O ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, também em nota, lembrou a atuação de Déda na criação
do PT e disse que o sergipano foi "exemplo de dignidade e compromisso
público" na política. Lula chegou ao velório ao lado do prefeito de São
Paulo, Fernando Haddad (PT).
O governador de
Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), também homenageou o colega. Durante a
inauguração de uma maternidade-escola no Recife, Campos pediu à plateia
presente que ficasse de pé e fizesse um minuto de silêncio, seguido de palmas.
"Marcelo
Déda foi um grande nordestino que governou até esta madrugada o Estado de
Sergipe, um companheiro da minha geração que dignificou a vida pública",
disse ele.
O presidente do
Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que morte precoce do
governador de Sergipe deixa "familiares, amigos e a população brasileira
desolados".
Advogado, Déda
militou no movimento estudantil e aos 25 anos foi segundo colocado na eleição
de 1985 para prefeito de Aracaju. Elegeu-se deputado estadual no ano seguinte
com votação recorde no Estado: 32 mil votos.
O petista ocupou
cadeira na Câmara dos Deputados de 1994 a 2000, quando venceu a disputa pela
Prefeitura de Aracaju. Reelegeu-se em 2004 e renunciou em 2006 para concorrer
ao governo.
Naquele ano,
derrotou o então o governador João Alves Filho (DEM), atual prefeito de Aracaju
e representante de grupo político tradicional no Estado. Voltou a vencer o
rival em 2010, na disputa pela reeleição.
Na eleição
municipal do ano passado, contudo, foi a vez de João Alves vencer o grupo de
Déda, que apoiou Valadares Filho (PSB), em Aracaju.
Durante a
licença, Déda teve atritos com seu substituto. Em julho, usou uma rede social
para se dizer "triste e decepcionado" com uma nomeação para uma
estatal feita por Barreto, que deve tentar a reeleição.
Déda foi casado
duas vezes e deixa mulher e cinco filhos. Após o velório, que deverá se
estender até a tarde de hoje, o corpo do governador seguirá para cremação em
Salvador.
Fonte:
Agência Brasil.
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