terça-feira, 3 de dezembro de 2013

LUTO EM SERGIPE

 TRISTEZA EM SERGIPE

Corpo de Marcelo Déda é velado em Aracaju.

Aracaju Uma multidão ocupou ontem as ruas de Aracaju para a despedida ao governador Marcelo Déda (PT), que morreu na madrugada de ontem aos 53 anos. Em segundo mandato à frente do Estado, o petista fazia tratamento contra um câncer gastrointestinal havia um ano e três meses. Ele estava licenciado da gestão desde maio.

A chegada do corpo do petista, ontem, em Aracaju, foi acompanhada por uma multidão. Déda foi casado duas vezes e deixa mulher e cinco filhos. O governador em exercício decretou ponto facultativo ontem e hoje em Sergipe.  
Eleito vice de Déda, Jackson Barreto (PMDB) já vinha atuando como governador em exercício e agora assume o posto até o fim do próximo ano.

O corpo de Déda deixou pela manhã o hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, e foi levado para Sergipe em um avião da Força Aérea Brasileira. Na capital sergipana, milhares de pessoas acompanharam o cortejo do aeroporto até o Palácio Olímpio Campos, local do velório.

O trajeto de cerca de 8 km entre o aeroporto e o palácio foi tomado por moradores. Famílias se aglomeravam na calçada, sentadas na porta de casa ou em carros estacionados. Muitos seguravam bandeiras do PT ou de Sergipe.

O governador em exercício decretou ponto facultativo ontem e hoje. Lideranças empresariais decidiram que o comércio em Aracaju funcionará hoje, até as 14h. Mas abertura ou não das lojas dependerá de cada lojista.

Luto na política

Durante todo o dia de ontem, diversas autoridades manifestaram pesar pela morte de Déda, entre elas a presidente Dilma Rousseff, que esteve no velório, e disse ter perdido "um grande amigo". Citou ainda a trajetória "marcada pela dedicação em transformar para melhor a vida das pessoas".

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também em nota, lembrou a atuação de Déda na criação do PT e disse que o sergipano foi "exemplo de dignidade e compromisso público" na política. Lula chegou ao velório ao lado do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT).

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), também homenageou o colega. Durante a inauguração de uma maternidade-escola no Recife, Campos pediu à plateia presente que ficasse de pé e fizesse um minuto de silêncio, seguido de palmas.

"Marcelo Déda foi um grande nordestino que governou até esta madrugada o Estado de Sergipe, um companheiro da minha geração que dignificou a vida pública", disse ele.

O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que morte precoce do governador de Sergipe deixa "familiares, amigos e a população brasileira desolados".

Advogado, Déda militou no movimento estudantil e aos 25 anos foi segundo colocado na eleição de 1985 para prefeito de Aracaju. Elegeu-se deputado estadual no ano seguinte com votação recorde no Estado: 32 mil votos.

O petista ocupou cadeira na Câmara dos Deputados de 1994 a 2000, quando venceu a disputa pela Prefeitura de Aracaju. Reelegeu-se em 2004 e renunciou em 2006 para concorrer ao governo.

Naquele ano, derrotou o então o governador João Alves Filho (DEM), atual prefeito de Aracaju e representante de grupo político tradicional no Estado. Voltou a vencer o rival em 2010, na disputa pela reeleição.

Na eleição municipal do ano passado, contudo, foi a vez de João Alves vencer o grupo de Déda, que apoiou Valadares Filho (PSB), em Aracaju.

Durante a licença, Déda teve atritos com seu substituto. Em julho, usou uma rede social para se dizer "triste e decepcionado" com uma nomeação para uma estatal feita por Barreto, que deve tentar a reeleição.

Déda foi casado duas vezes e deixa mulher e cinco filhos. Após o velório, que deverá se estender até a tarde de hoje, o corpo do governador seguirá para cremação em Salvador.

Fonte: Agência Brasil.




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