COMENTÁRIO
...SÓ COLOCARAM NÚMERO NOVE...
Antônio Roberto Mendes Martins
Começo dos anos setenta, no
Instituto de Física da Universidade Federal do Ceará erámos todos conhecidos.
Também pudera, os formandos eram uns dois ou três. No segundo e terceiro anos
uns doze alunos, mais ou menos. No primeiro semestre entravam quarenta “bichos”
que logo, logo desistiam e procuravam um novo vestibular. Como as nossas
disciplinas nos reprovavam, tínhamos alunos de várias épocas numa mesma turma.
O corpo docente, também reduzido
era excelente. Nos primeiros semestres tínhamos Mestres como professores,
depois, só Doutores. Os estrangeiros pouco sabiam português. O alemão falava
jumbo para dizer chumbo, o indiano, formado no Canadá, misturava inglês com
francês...
O curso básico adotado era o da
Universidade de Berkeley. Tínhamos pouco exemplares e não traduzidos. Uma vez
duma lista de NTI (nota de trabalho individual ninguém conseguiu fazer o
problema número nove). Os professores furtavam-se de fazê-lo. Non, non dizia o
inglês, ser de NTI. Te vira, dizia o PhD cearense que acabara de chegar do sesteies.
Assim chegou o dia de prova sem solução para o número nove, do curso de física
estatística.
No dia da prova inventou o
professor de sortear “democraticamente” um problema, só um. Poderia cair
umfácil ou um difícil. Anotou todos os números em papelotes, enrolou-os e
colocou a todos no caixão de giz. Escolha um disse para um aluno. Tremendo, o
aluno abriu o papelote e gaguejou: Nu, nu, NÚMERO NOVE! Resultado,
recuperação em massa.
Aconteceu que um colega, mais
curioso foi ao cesto do lixo onde o professor jogara os papelotes. Recolheu-o
se ao abri-los só encontrou número nove...
Ora, dizem que o Presidente do
Supremo Tribunal Federal vai se aposentar em breve. Ótimo, ótimo para os
PTRALHAS, que lá, só colocaram NÚMERO NOVE...
*Antônio Roberto Mendes Martins – Professor
Universitário – UFC– Mestre em Física - novarrussense – mora aqui no torrão.
REEDITADO –
A PEDIDO DOS NOSSOS LEITORES.
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