Enquanto a Força Sindical se aproxima
de Aécio Neves (PSDB) e o governo federal conta com a Central Única dos
Trabalhadores (CUT), o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), vai se
empenhar em atrair o maior número possível de sindicatos para sua provável
candidatura em 2014.
De forma direta, o PSB conta com
dirigentes nacionais da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), que tem
cerca de 700 sindicatos e 700 mil filiados e é controlada pelo PC do B. A
estratégia de Campos, segundo lideranças sindicais, está clara: tentará garantir
o apoio maciço da CTB, evitar que a União Geral dos Trabalhadores (UGT) apoie a
reeleição da presidente Dilma Rousseff, e ganhar a simpatia da governista CUT.
Assim, ao contrário do que
ocorreu na eleição de 2010, quando o movimento sindical apoiou majoritariamente
a candidata Dilma Rousseff, no ano que vem haverá uma divisão das centrais
sindicais, com apoio distribuído para os três principais candidatos. “A grande
novidade é que a presidente Dilma Rousseff não terá mais a unanimidade do
movimento sindical ao seu lado”, adverte o deputado federal Paulo Pereira da
Silva, o Paulinho da Força.
“Está tudo rachado”, resumiu
Paulinho. Presidente nacional do Solidariedade (SDD) e figura influente na
Força Sindical, ele garante que essa entidade está “quase inteira” com Aécio,
embora Eduardo Campos tenha apoio dos sindicalistas da central na Bahia e em
Pernambuco.
O caminho de Campos na UGT é mais
simples, embora ele tenha de enfrentar a grande influência, no grupo, do
ex-prefeito Gilberto Kassab, que está com Dilma. Dois vice-presidentes da UGT
são filiados ao PPS, que declarou apoio a Campos e Marina Silva, rompendo uma
aliança histórica com o PSDB e o DEM.
Bandeiras. A Força Sindical tem
entre suas bandeiras principais, além da redução da jornada de trabalho, o fim
do fator previdenciário, que reduz as aposentadorias dos que recebem acima de
um salário mínimo de benefício. O PSB também defende a revisão do fator
previdenciário.
“Esse é um assunto que tem de ir
para a mesa de negociação. O trabalhador não pode bancar a conta sozinho,
enquanto o governo desonera setores da produção e a folha de pagamento e deixa
tudo nas costas dos peões”, afirmou o líder do PSB, deputado Beto Albuquerque
(RS). Para o deputado tucano Marcus Pestana (MG), um dos coordenadores da
campanha de Aécio Neves, é importante contar com o movimento sindical ao lado
do candidato, mas é preciso ter o cuidado de não aparelhar as centrais. “Não
fazemos como o PT, que transforma os sindicatos em aparelhos do partido”,
afirmou ele.
Fonte: Agência Estado.
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