POLÍTICA
ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA
OFERECE SALÁRIO DE R$ 2,1 MIL A DIRCEU
Ex-ministro está preso no
presídio da Papuda, no regime semiaberto.
Preso desde 15 de novembro, o
ex-chefe da Casa Civil José Dirceu pediu autorização à Vara de
Execuções Penais do Distrito Federal (DF) para trabalhar no escritório do
advogado José Gerardo Grossi, informou ao G1 o advogado José Luís de
Oliveira Lima, que defende o ex-ministro.
O criminalista disse que a banca
de advocacia ofereceu salário de R$ 2,1 mil para Dirceu cuidar, entre outras
atividades, da biblioteca do escritório. A proposta apresentada a Dirceu
inclui ainda "eventual pesquisa de jurisprudência" e
"colaboração na parte administrativa".
Advogado requisitado por
políticos influentes de Brasília, Grossi defende o deputado federal Eduardo
Azeredo (PSDB-MG) no processo do chamado mensalão tucano.
Se for admitido, Dirceu
trabalhará de 8h às 18h, com intervalo para almoço entre 12h e 14h, alternadamente
com outros funcionários. O escritório fica no Setor Bancário Sul, no centro da
capital federal.
O pedido da defesa apresentado na
Vara de Execuções requer prioridade para o processo de Dirceu, inclusive nos
estudos técnicos do setor psicossocial do tribunal, que precisa dar aval para o
juiz autorizar o trabalho.
É a segunda solicitação de Dirceu
para trabalhar fora do Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, desde que
o Supremo Tribunal Federal (STF) ordenou sua prisão. No começo deste mês, o ex-ministro
desistiu de outra proposta de trabalho, no hotel Saint Peter, na capital
federal, no qual ganharia salário de R$ 20 mil.
Segundo nota divulgada pelo
advogado na ocasião, a desistência foi motivada pelo "clima de linchamento
midiático instalado contra Dirceu e contra a empresa que lhe ofereceu
trabalho".
A desistência ocorreu após
o Jornal Nacional localizar no Panamá, país da América Central, o homem
que seria o presidente da empresa que administra o hotel. De acordo com
reportagem do JN, a companhia controladora do Saint Peter é presidida por um
panamenho que mora em uma área pobre da Cidade do Panamá e trabalha como
auxiliar de escritório em uma empresa de advocacia.
Condenado no processo do
mensalão, Dirceu cumpre pena de 7 anos e 11 meses pelo crime de corrupção ativa
em Brasília em regime semiaberto, quando é possível deixar o presídio para
trabalhar de dia. O ex-chefe da Casa Civil também foi condenado a mais 2 anos e
11 meses por formação de quadrilha, mas não começou a cumprir a punição porque
ingressou com recurso que só será julgado no ano que vem.
A Lei de Execução Penal prevê que
o salário do preso que trabalha seja destinado à indenização dos danos do
crime, à assistência à família do preso, ao ressarcimento do Estado com as
despesas pessoais do preso e o restante, para uma poupança a que o detento
poderá ter acesso quando for solto.
A Vara de Execuções Penais deve
pedir que a Seção Psicossocial do Tribunal de Justiça do DF avalie a proposta
de trabalho e que prepare um relatório. O Ministério Público terá que opinar
sobre o pedido antes de uma decisão final.
Fonte: - Agência
Brasil.
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