BRASÍLIA, DF - O Palácio do
Planalto já trabalha com a possibilidade de o Orçamento da União para o ano que
vem ser aprovado só em 2014, de acordo com a ministra Ideli Salvatti (Relações
Institucionais). Ideli explicou hoje que quase não há tempo hábil para apreciação
do Orçamento em plenário.
Para que seja apreciado ainda
neste ano, o Congresso deveria se comprometer a aprovar, até a próxima quarta,
todos os relatórios setoriais que compõem o projeto de LDO (Lei de Diretrizes
Orçamentárias). É improvável que a tarefa seja concluída no prazo.
Sem isso, o Orçamento dependeria
de acordo de líderes para ir ao plenário. Mas a relação entre o Planalto e seus
aliados se azedou desde que Dilma anunciou que vai reduzir a liberação de
verbas para obras apadrinhadas por deputados e senadores. O governo não
consegue consenso para a aprovar uma PEC (proposta de emenda constitucional)
que obriga a liberação dessas verbas a partir do ano que vem. Embora o novo
regime de pagamento altere substancialmente o Orçamento de 2014, parlamentares
cobram que a presidente Dilma Rousseff não vete esse trecho na LDO. A
presidente, segundo Ideli, se comprometeu a atender a essa demanda desde que os
parlamentares retomem a versão do Senado sobre a PEC, segundo a qual 50% das
verbas dos parlamentares serão destinados a obras da área da saúde. O governo
sugeriu ainda que o projeto fosse votado entre os dias 10 e 18 de dezembro, já
que no próximo dia 19 novos vetos presidenciais voltariam a trancar a pauta do
Congresso. "Nada disso foi provocado pelo Executivo. Foi exigência deles",
disse a ministra. Ideli, entretanto, se disse "otimista" com o
compromisso do Congresso, sobretudo de líderes da Câmara, de votar o Orçamento.
A ministra explica que, devido a
uma regra eleitoral que veta a autorização de novos gastos nos meses que
antecedem as eleições, os congressistas teriam --após a aprovação da LDO--pouco
tempo para solicitar a verba para as obras que apadrinhou.
"Eu acredito que o Orçamento vai ser aprovado neste ano, porque o ano que vem, diferente deste ano, nós temos uma situação que, para os parlamentares, é agravante. Tem a Lei Eleitoral e, a partir de julho, é proibido empenho de propostas novas. Então, se não votar o Orçamento este ano e ficar para fevereiro, vota em fevereiro, aí tem sanção e até começar a executar já vai chegar no impedimento", disse.
"Eu tenho dito que os parlamentares são os principais interessados em que o Orçamento esteja aprovado", acrescentou.
Valor menor
Mais cedo, numa reunião tensa com
líderes aliados, Ideli prometeu apresentar um balanço até o fim da semana sobre
o pagamento de verbas para as obras apadrinhadas por deputados e senadores, as
chamadas emendas parlamentares.
O governo tenta acalmar os aliados após anunciar ontem, numa reunião reservada para parte da base aliada, que vai frear a liberação desses recursos e ainda vetar na Lei de Diretrizes Orçamentárias a determinação para o pagamento obrigatório de parte dessas verbas.
O governo tenta acalmar os aliados após anunciar ontem, numa reunião reservada para parte da base aliada, que vai frear a liberação desses recursos e ainda vetar na Lei de Diretrizes Orçamentárias a determinação para o pagamento obrigatório de parte dessas verbas.
"Me foi destinado R$ 6
bilhões para empenho de emendas individuais. Nós temos aproximadamente 600
parlamentares. Se você colocar R$ 12 milhões por 600 só aí já dá R$ 7,2
bilhões. Então não fecha a conta, não poderia ter havido qualquer tipo de
compromisso em cima de uma conta que não fecha."
"A única coisa que eu não
admito é dizer que houve quebra de promessas. Que eles reclamem, é da natureza
dos parlamentares", disse. "Eu fiz a continha com eles. Aí é esticar
uma corda que não existe."
Fonte: Agência Brasil.
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