quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

COMENTÁRIO - 19 DE DEZEMBRO DE 2013

COMENTÁRIO
Scarcela Jorge

LIBERDADE DE EXPRESSÃO

Nobres:
A cada dia trava-se um abaulado sobre o conceito livre de se expressar derivada pela vontade de núcleos sistematizados da comunicação que dar prioridade ao domínio político e econômico. Na realidade o que deveria ser o direito público de falar e ser ouvido, síntese do que é a liberdade de expressão, só pode alcançar plenitude em um conceito multidimensional de liberdade que enraíza a autonomia do sujeito da voz ao princípio do autogoverno. Ao analisar este conceito estimamos de que a própria liberdade e a liberdade de expressão, reinterpretadas nas últimas décadas do século XX de forma radical e unilateral por teorias liberais conservadoras, precisam passar por toda uma época histórica de refundação de seu sentido público. Sem isso, é o sentido mesmo da democracia que se torna historicamente incerto que “propicia” a própria noção de república, cada vez mais distante. Baseado em épocas não muito distantes e ainda sorrateiramente presente onde as raízes permanecem vivas  em que a formação da opinião pública livre também se encontra  no seu principal opositor na figura do Estado repressivo, censor, que, em suas formas extremas, totalitárias, que no passado genericamente absorvia o processo de formação da opinião em um “pseudo” sistema estatal de comunicação. Na cena contemporânea, contudo, o grande obstáculo para a formação de uma opinião pública democrática parece ser o processo mesmo de privatização dos sistemas de comunicação, isto é, sua mercantilização e concentração em grandes empresas, que por sua vez passam a controlar agendas, a legitimar interesses corporativos e a restringir drasticamente o pluralismo de informação e opinião, tornando oligárquico o direito à voz que deveria ser público. Na linguagem do republicanismo em defesa da liberdade de expressão tais fenômenos de privatização são coerentemente chamados de corrupção da opinião pública, fato sintético vivenciado pela sociedade em pleno estado de democracia. A dependência esvai a mola metra desse setor onde o imperialismo de conveniência ao poder político desnorteia a verdade mapeada e distorcida da verdade que não é mais receptivo para o cidadão  há muito fadigado dos costumes por demais escusos.
Antônio Scarcela Jorge.

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