COMENTÁRIO
Scarcela
Jorge
LIBERDADE
DE EXPRESSÃO
Nobres:
A cada dia trava-se um abaulado sobre o conceito
livre de se expressar derivada pela vontade de núcleos sistematizados da
comunicação que dar prioridade ao domínio político e econômico. Na realidade o
que deveria ser o direito público de falar e ser ouvido, síntese do que é a
liberdade de expressão, só pode alcançar plenitude em um conceito
multidimensional de liberdade que enraíza a autonomia do sujeito da voz ao princípio
do autogoverno. Ao analisar este conceito estimamos de que a própria liberdade
e a liberdade de expressão, reinterpretadas nas últimas décadas do século XX de
forma radical e unilateral por teorias liberais conservadoras, precisam passar
por toda uma época histórica de refundação de seu sentido público. Sem isso, é
o sentido mesmo da democracia que se torna historicamente incerto que
“propicia” a própria noção de república, cada vez mais distante. Baseado em épocas não muito distantes e ainda sorrateiramente
presente onde as raízes permanecem vivas em que a formação da opinião pública livre também
se encontra no seu principal opositor na
figura do Estado repressivo, censor, que, em suas formas extremas,
totalitárias, que no passado genericamente absorvia o processo de formação da
opinião em um “pseudo” sistema estatal de comunicação. Na cena contemporânea,
contudo, o grande obstáculo para a formação de uma opinião pública democrática
parece ser o processo mesmo de privatização dos sistemas de comunicação, isto
é, sua mercantilização e concentração em grandes empresas, que por sua vez
passam a controlar agendas, a legitimar interesses corporativos e a restringir
drasticamente o pluralismo de informação e opinião, tornando oligárquico o
direito à voz que deveria ser público. Na linguagem do republicanismo em defesa
da liberdade de expressão tais fenômenos de privatização são coerentemente
chamados de corrupção da opinião pública, fato sintético vivenciado pela
sociedade em pleno estado de democracia. A dependência esvai a mola metra desse
setor onde o imperialismo de conveniência ao poder político desnorteia a
verdade mapeada e distorcida da verdade que não é mais receptivo para o cidadão
há muito fadigado dos costumes por
demais escusos.
Antônio Scarcela
Jorge.
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