Mineiro havia lançado candidatura independente ao comando da bancada.
Ele afirmou ao G1 que desistiu após pedido do vice-presidente Michel Temer.
O deputado federal Leonardo Quintão (MG) afirmou nesta
sexta-feira (22) ao G1 que desistiu de disputar a liderança do
PMDB na Câmara.
O parlamentar mineiro, que lançou candidatura independente,
anunciou que agora que deixou a disputa interna irá apoiar o atual líder do
partido, deputado Leonardo Picciani (RJ).
Com a desistência de Quintão, permanecem na corrida
pela liderança do PMDB Picciani e o deputado Hugo Motta (PB), que conta com o
apoio do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
A candidatura de Motta é uma tentativa de
enfraquecer a recondução de Picciani ao comando da bancada.
A intenção de
Cunha e seus aliados era de que houvesse, ao menos, três candidatos na eleição
interna marcada para ocorrer em 17 de fevereiro.
Os deputados do PMDB – que integram a maior bancada da
Câmara – estão divididos desde que Picciani foi destituído
do comando da legenda no fim do ano passado por peemedebistas que fazem
oposição à presidente Dilma Rousseff.
Os dissidentes criticam a aproximação do líder com o
Palácio do Planalto.
O episódio que deflagrou a insurgência na bancada do
PMDB foi a decisão de Picciani de indicar apenas deputados afinados com o
governo para a comissão especial que analisará o impeachment da presidente da
República.
Quintão relatou ao G1 que decidiu
desistir de concorrer à liderança depois que o vice-presidente da República e
presidente nacional do PMDB, Michel Temer, pedir "um ato para unir o
partido".
"Conversei com Temer e ele pediu ato para unir o
partido. Ele não pediu para apoiar Picciani, pediu para unir o partido.
Depois
que Cunha lançou a candidatura do Hugo Motta, isso trouxe mais uma ruptura ao
partido e eu fui motivado pelo Michel a unir o partido", ressaltou o
deputado mineiro ao G1.
"A maneira que vi para fazer isso é apoiando o
Picciani. Isso irá trazer unidade na liderança e na convenção do partido, em
torno do Michel Temer", complementou.
Leonardo Quintão disse que Hugo Motta é uma
"excelente pessoa", mas que a entrada do deputado da Paraíba na
eleição interna apadrinhado por Cunha traz mais ruptura ao partido. Segundo
ele, não é Motta quem conseguirá unir a legenda.
Candidato
de Cunha.
Na entrevista coletiva da última quarta-feira (20) na
qual anunciou que iria disputar a liderança da bancada, Hugo Motta negou que a
candidatura dele tenha o "carimbo" de Eduardo Cunha.
Na ocasião, o
parlamentar paraibano afirmou que, neste momento, tem mais chance de unificar a
bancada do que Picciani e Quintão.
"Vou ganhar esta eleição com o carimbo de Eduardo
Cunha ou sem", enfatizou.
Aliado do presidente da Câmara, Hugo Motta foi
indicado por Cunha para a presidência da CPI da Petrobras em 2015.
Em meio aos
trabalhos do colegiado, ele articulou com partidos da oposição para evitar a
convocação de delatores que pudessem comprometer seu padrinho político.
À
época, deputados do PSOL e do PPS o acusaram de blindar Cunha.
'Disputa
sem ideais'
Na tarde desta sexta-feira, a assessoria de imprensa
de Leonardo Quintão divulgou duas notas à imprensa.
Em uma delas, o deputado
anuncia oficialmente a decisão de desistir da disputa pela liderança do PMDB.
No comunicado, ele diz que se recusa "a fazer parte de uma disputa sem
ideais" e de "uma guerra entre aliados".
O parlamentar destacou, ainda, que "o ódio não
deve ser motivador da escolha de um líder" e argumenta que Picciani se
comprometeu, se for reeleito líder, a contemplar as diversas alas do PMDB e a
"compor com proporcionalidade a comissão que irá analisar o impeachment,
contemplando as alas favoráveis e contra".
"Essa composição será determinante para o
equilíbrio, uma vez que no passado, tal seleção gerou profundas rupturas e
insatisfação, principalmente na minha relação com o deputado Picciani que
sempre foi de amizade e confiança", escreveu Quintão.
Em outra nota, o deputado de Minas diz que a decisão
foi motivada como "um passo para o equilíbrio de forças internas" e
que não foi sondado e tampouco está disponível para ocupar um ministério.
Fonte: G1 – DF.
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