segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

TEMER & CUNHA

QUINTÃO DEIXA DISPUTA PARA LÍDER DO PMDB NA CÂMARA E VAI APOIAR PICCIANI.

Mineiro havia lançado candidatura independente ao comando da bancada.
Ele afirmou ao G1 que desistiu após pedido do vice-presidente Michel Temer.


O deputado federal Leonardo Quintão (MG) afirmou nesta sexta-feira (22) ao G1 que desistiu de disputar a liderança do PMDB na Câmara. 

O parlamentar mineiro, que lançou candidatura independente, anunciou que agora que deixou a disputa interna irá apoiar o atual líder do partido, deputado Leonardo Picciani (RJ).

Com a desistência de Quintão, permanecem na corrida pela liderança do PMDB Picciani e o deputado Hugo Motta (PB), que conta com o apoio do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

A candidatura de Motta é uma tentativa de enfraquecer a recondução de Picciani ao comando da bancada. 

A intenção de Cunha e seus aliados era de que houvesse, ao menos, três candidatos na eleição interna marcada para ocorrer em 17 de fevereiro.

Os deputados do PMDB – que integram a maior bancada da Câmara – estão divididos desde que Picciani foi destituído do comando da legenda no fim do ano passado por peemedebistas que fazem oposição à presidente Dilma Rousseff. 

Poucos dias depois, o deputado fluminense conseguiu retomar o posto

Os dissidentes criticam a aproximação do líder com o Palácio do Planalto.

O episódio que deflagrou a insurgência na bancada do PMDB foi a decisão de Picciani de indicar apenas deputados afinados com o governo para a comissão especial que analisará o impeachment da presidente da República.

Quintão relatou ao G1 que decidiu desistir de concorrer à liderança depois que o vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer, pedir "um ato para unir o partido".

"Conversei com Temer e ele pediu ato para unir o partido. Ele não pediu para apoiar Picciani, pediu para unir o partido.

Depois que Cunha lançou a candidatura do Hugo Motta, isso trouxe mais uma ruptura ao partido e eu fui motivado pelo Michel a unir o partido", ressaltou o deputado mineiro ao G1.

"A maneira que vi para fazer isso é apoiando o Picciani. Isso irá trazer unidade na liderança e na convenção do partido, em torno do Michel Temer", complementou.

Leonardo Quintão disse que Hugo Motta é uma "excelente pessoa", mas que a entrada do deputado da Paraíba na eleição interna apadrinhado por Cunha traz mais ruptura ao partido. Segundo ele, não é Motta quem conseguirá unir a legenda.

Candidato de Cunha.

Na entrevista coletiva da última quarta-feira (20) na qual anunciou que iria disputar a liderança da bancada, Hugo Motta negou que a candidatura dele tenha o "carimbo" de Eduardo Cunha. 

Na ocasião, o parlamentar paraibano afirmou que, neste momento, tem mais chance de unificar a bancada do que Picciani e Quintão.

"Vou ganhar esta eleição com o carimbo de Eduardo Cunha ou sem", enfatizou.

Aliado do presidente da Câmara, Hugo Motta foi indicado por Cunha para a presidência da CPI da Petrobras em 2015. 

Em meio aos trabalhos do colegiado, ele articulou com partidos da oposição para evitar a convocação de delatores que pudessem comprometer seu padrinho político. 

À época, deputados do PSOL e do PPS o acusaram de blindar Cunha.

'Disputa sem ideais'

Na tarde desta sexta-feira, a assessoria de imprensa de Leonardo Quintão divulgou duas notas à imprensa. 

Em uma delas, o deputado anuncia oficialmente a decisão de desistir da disputa pela liderança do PMDB. 

No comunicado, ele diz que se recusa "a fazer parte de uma disputa sem ideais" e de "uma guerra entre aliados".

O parlamentar destacou, ainda, que "o ódio não deve ser motivador da escolha de um líder" e argumenta que Picciani se comprometeu, se for reeleito líder, a contemplar as diversas alas do PMDB e a "compor com proporcionalidade a comissão que irá analisar o impeachment, contemplando as alas favoráveis e contra".

"Essa composição será determinante para o equilíbrio, uma vez que no passado, tal seleção gerou profundas rupturas e insatisfação, principalmente na minha relação com o deputado Picciani que sempre foi de amizade e confiança", escreveu Quintão.

Em outra nota, o deputado de Minas diz que a decisão foi motivada como "um passo para o equilíbrio de forças internas" e que não foi sondado e tampouco está disponível para ocupar um ministério.
Fonte: G1 – DF.

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