MERCADO PREVÊ RETRAÇÃO DE 3% PARA O PIB NESTE ANO E MAIS
INFLAÇÃO.
Analistas do mercado estimam mais inflação para 2016 e 2017.
Previsão para o nível de atividade no ano que vem também piorou.
Os economistas do mercado financeiro passaram a prever
uma contração de 3% para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e elevaram sua
estimativa de inflação para 2016 e 2017, informou o Banco Central nesta
segunda-feira (25).
A instituição realizou pesquisa com mais de 100
instituições financeiras na semana passada.
Para 2016, a expectativa dos economistas para o Índice
de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, subiu de 7%
para 7,23%.
Com isso, permanece acima do teto de 6,5% do sistema de metas do
ano que vem e bem distante do objetivo central de 4,5%.
Para 2017, a previsão do mercado financeiro para a
inflação passou de 5,4% para 5,65%.
< (o vilão) Com isso, a estimativa se distanciou da
meta central de 4,5% do ano que vem e se aproximou do teto de 6% do regime de
metas para o período.
O aumento das expectativas dos analistas das
instituições financeiras para a inflação aconteceu na mesma semana em que o Banco
Central manteve a taxa básica de juros estável em 14,25% ao ano - o maior
patamar em quase dez anos.
Até o início da semana passada, o BC indicava que
subiria os juros para tentar controlar a inflação, mas depois acabou deixando a
taxa inalterada por conta do baixo nível de atividade no Brasil e no mundo.
Há
analistas que apontam que o BC sucumbiu a pressões políticas.
A autoridade monetária tem informado que buscará
"circunscrever" o IPCA aos limites estabelecidos pelo Conselho
Monetário Nacional (CMN) em 2016 (ou seja, trazer a taxa para até 6,5%) e,
também, fazer convergir a inflação para a meta de 4,5%, em 2017.
O mercado
financeiro, porém, ainda não acredita que isso acontecerá.
Produto
Interno Bruto.
Para o PIB de 2016, o mercado financeiro passou a
prever uma contração de 3% na semana passada, contra uma retração de 2,99%
estimada na semana anterior.
Como o mercado segue estimando
"encolhimento" do PIB em 2015, se a previsão se concretizar, será a
primeira vez que o país registra dois anos seguidos de contração na economia –
a série histórica oficial, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
tem início em 1948.
Para o comportamento do PIB em 2017, os economistas
das instituições financeiras mostraram mais pessimismo e baixaram a previsão de
crescimento de 1% para 0,80% na semana passada.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos em
território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e
serve para medir o comportamento da economia brasileira.
Na semana passada, o Fundo Monetário Internacional
(FMI) anunciou a piora de suas estimativas e passou a prever uma contração de
3,5% para o PIB brasileiro neste ano e um crescimento zero para 2017.
O mercado financeiro reduziu sua estimativa para a
taxa básica da economia no final deste ano de 15,25% para 14,64% ao ano. Isso
quer dizer que os analistas acreditam em uma alta menor do juro em 2016.
Já para o fechamento de 2017, a estimativa para a taxa
de juros recuou de 12,88% para 12,75% ao ano - o que pressupõe queda dos juros
no ano que vem.
A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC
para tentar conter pressões inflacionárias.
Pelo sistema de metas de inflação
brasileiro, a instituição tem de calibrar os juros para atingir objetivos
pré-determinados. As taxas mais altas tendem a reduzir o consumo e o crédito, o
que pode contribuir para o controle dos preços.
Câmbio,
balança e investimentos.
Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado
financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2016 subiu de R$ 4,25 para R$ 4,30.
Para o fechamento de 2017, a previsão dos economistas para o dólar subiu de R$
4,30 para R$ 4,40.
A projeção para o resultado da balança comercial
(resultado do total de exportações menos as importações) em 2016 subiu de US$
35,5 bilhões para US$ 37,4 bilhões de resultado positivo. Para o próximo ano, a
previsão de superávit avançou de US$ 38,8 bilhões para US$ 40 bilhões.
Para 2016, a projeção de entrada de investimentos
estrangeiros diretos no Brasil ficou inalterada em US$ 55 bilhões e, para 2017,
a estimativa dos analistas permaneceu em US$ 60 bilhões.
Fonte: G1 – DF.
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