ALEXANDRE PADILHA
DIVIDIRIA LABORATÓRIO COM YOUSSEF, DIZ DELATOR.
O transportador de valores Carlos Alexandre de Souza
Rocha, ex-funcionário do doleiro Alberto Youssef, afirmou em sua delação
premiada na Operação Lava Jato que o então ministro da Saúde Alexandre Padilha
(PT), atual secretário municipal em São Paulo, ficaria com uma parte do
Labogen, laboratório usado pelo doleiro para lavar dinheiro.
A Labogen negociou uma
parceria para produção de medicamento com o Ministério da
Saúde na época da gestão Padilha, mas o projeto foi interrompido antes de seu
início depois que veio à tona a relação do doleiro com o laboratório.
O ex-deputado petista André Vargas (ex-PT-PR)
intermediou os contatos da Labogen com Padilha na época.
Rocha, conhecido como Ceará, disse ainda que o
ex-ministro de Collor Pedro Paulo Leoni Ramos também entraria no negócio
aportando recursos para a produção dos medicamentos.
"A Labogen seria dividida em quatro partes; que
uma das partes era de Leonardo Meirelles; que a segunda parte era de Alberto
Youssef, baseada no débito que Leonardo Meirelles tinha para com ele; que a
terceira parte era do então ministro da Saúde Alexandre Padilha e de André
Vargas; que a quarta parte era do fundo de investimentos administrado por Pedro
Paulo Leoni Ramos", afirma um dos relatórios de sua delação.
Youssef afirmou, também em delação, que chegou a se
reunir com Padilha para tratar da Labogen, mas não disse que o ex-ministro
teria uma parte do laboratório.
Em outro depoimento, já houve contradição entre
Youssef e seu ex-funcionário: Ceará disse ter
ouvido do doleiro que o senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP)
recebeu R$ 200 mil e Youssef
negou a informação, o que provocou o arquivamento de procedimento
preliminar sobre o caso no STF (Supremo Tribunal Federal).
OUTRO LADO.
Em nota, Padilha declarou que não foi encontrado
nenhum vínculo dele com irregularidades, mesmo após investigação da Polícia
Federal e da CGU (Controladoria-Geral da União).
"É absurda e irresponsável qualquer tentativa de
mais uma vez vincular o nome do ex-ministro da Saúde ao referido laboratório
por meio de 'conversas ouvidas de terceiros' em uma delação", diz a nota.
A assessoria de Leoni Ramos confirmou que a GPI
Investimentos fez um "pré-contrato de opção de compra", junto a
outras empresas, que manifestava a intenção de adquirir a Labogen desde que
cumpridas condições.
"Essa opção de compra jamais foi exercida porque
essas condições não se realizaram. A empresa esclarece ainda que seus
representantes jamais foram sócios, fizeram parte da diretoria ou participaram
da administração do laboratório Labogen", diz a nota.
Fonte: Portal da Folha de São Paulo.
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