quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - QUINTA-FEIRA, 21 DE JANEIRO DE 2016

COMENTÁRIO
Scarcela Jorge

A DITADURA DA ROUBALHEIRA.

Nobres:
Em momentos propícios em busca do cotidiano da notícia, sempre deparamos com a Presidente Dilma pronunciando suas inverdades. Há pouco tempo, Dilma Rousseff apresentou a América do Sul como um oásis de democracia. - “Somos uma região que sofreu muito com as ditaduras. Somos uma região onde a democracia floresce e amadurece. Disse (mentiu) Dilma. A realização periódica e regular desses intempestivos pronunciamentos, dá capacidade de lidar com as diferenças políticas. E, de fato, os processos eleitorais estão ocorrendo normalmente.  Sua mera existência levou Lula a dizer, anos atrás, que na Venezuela havia “democracia até demais”, eleições, convenhamos, também eram realizadas no Brasil da ditadura militar e no Iraque e até a Coréia do Norte, acabou de ir às urnas (o fato de alguém poder ser punido por votar nulo ou se abster deve ser um detalhe para o conceito lulista de democracia, tão peculiar). A Venezuela realizou eleições parlamentares. Mas, em um “ataque preventivo”, o governo bolivariano vem bloqueou as candidaturas de alguns membros importantes da oposição a Nicolás Maduro. Em todos os casos, a Controladoria alega irregularidades tributárias, embora seja evidente a motivação política das inabilitações. Quando alguns países da América do Sul decidiram fundar um bloco e nele incluíram cláusulas democráticas, eles se tornaram co-responsáveis pela manutenção da democracia em seus vizinhos. Fechar os olhos ao autoritarismo venezuelano é se omitir, deixando um povo à mercê de ditadores e se escondendo atrás da mais cínica das desculpas, a da “não intromissão em assuntos internos”, muleta conveniente quando se trata de afagar os companheiros de ideologia, mas que aparentemente não conta muito quando se trata de punir quem não compartilha do credo bolivariano. O lulismo caminha disfarçadamente para isso se a sociedade promover reações dentro da verdadeira essência democrática. É só esperar.

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INCRÍVEL PODER DA CORRUPÇÃO.
PARCELA ADESISTA DO POVO ADERE A IRRESPONSABILIDADE DO GOVERNO.

Os relógios dos governantes brasileiros que detêm a responsabilidade institucional de zelar pelo bem público perderam o ponteiro que deveria marcar a hora da verdade. Infindáveis são as confissões, as evidências e as provas cabais que a Operação Lava Jato já levantou a respeito da roubalheira de que foi vítima a Petrobras, mas parece que os gestores responsáveis ainda não se deram conta da necessidade de fazer o mínimo daquilo que deles se esperava: reconhecer publicamente e plenamente o desleixo a que relegaram a administração da maior e mais importante estatal brasileira ao longo de tanto tempo. O Palácio do Planalto tinha pleno conhecimento das estripulias que ocorriam no submundo da Petrobras. A teia de relações incestuosas entre agentes públicos e figurões da iniciativa privada é extensa e profunda o suficiente para que até mesmo o mais simplório dos observadores logo possa perceber que seria impossível que os mais altos escalões da República não soubessem dos malfeitos. Entretanto, “os mais altos escalões da República” continuam a afirmar que de nada sabiam. Ao contrário, insistem na tese de que a corrupção deslavada se dava muito longe de seus interesses políticos e era obra tão-somente de servidores da Petrobras que corriam atrás de proveito pessoal. Ao mesmo tempo em que a Lava Jato segue seu caminho no campo judicial, a CPI instaurada no Congresso não deu resultado nenhum, graças à ação do relator que compartilha do cenário do humor e da palhaçada que estimou. Um corrupto, humorista e palhaço sem graça. Neste entendimento formal da pizzaria que resultou, com os gastos que empreendeu com deslocamentos promovidos pelas audiências, um dos depoentes convocados pela CPI que provisoriamente se instalou em Curitiba no Paraná foi o doleiro Alberto Youssef que, ao responder a uma pergunta específica, disse ter certeza (embora não pudesse provar) de que o Palácio do Planalto tinha pleno conhecimento das estripulias que ocorriam no submundo da Petrobras. Ainda que a credibilidade de Youssef seja questionável, a lógica dos fatos já comprovados leva, no mínimo, a duas conclusões, ambas desabonadoras: Se presidentes da República sob cujos mandatos decorriam a grossa corrupção e se ministros sob cuja guarda estava a administração da Petrobras nada sabiam sobre o que ocorria debaixo de seus narizes comprova-se a irresponsabilidade gerencial e política de todos eles. São irresponsáveis e mentirosos mesmos; e se sabiam e, não tomaram medidas de rigorosa contenção, cometeram crimes de improbidade administrativa e de responsabilidade. Impossível para eles continuar mantendo indefinidamente a postura de avestruzes, ainda que, timidamente, venham admitindo o que antes negavam isto é, que a Petrobras estava infestada pela corrupção. Um exemplo são os áudios das reuniões do Conselho de Administração da Petrobras, recentemente divulgados pela imprensa, em que Graça Foster, então presidente do Conselho, admite que a companhia esteja “míope” diante de tanta corrupção, percepção corroborada por outros integrantes da administração da empresa, que chegaram a questionar a existência de um sistema de controle interno para tentar averiguar os casos de corrupção, uma vez que apenas “peões” eram investigados e não os verdadeiros responsáveis. a Java Jato seria um “fato tenebroso” para a companhia e o verdadeiro saldo do rombo causado pela corrupção seria impossível de ser determinado neste momento. “Só daqui a três, cinco ou dez anos. Quando tudo isso for julgado e sair o valor dessa operação toda. Triste saber que muita sujeira ainda está para emergir das investigações, depoimentos e provas documentais que não param de vir à tona. Mas mais triste ainda será caso prevaleça à impunidade ou se apenas os mais baixos escalões forem os meros “peões”, ao final, responsabilizados. Neste contexto a sociedade racional expressa desta forma e com transtorno o destino dominado por redes criminosas. É o lulismo puro e irresponsável.
Antônio Scarcela Jorge.

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