INFLAÇÃO OFICIAL FICA EM 10,67% EM 2015, A MAIOR DESDE 2002.
Preços de alimentos, habitação e transporte foram os que mais subiram.
Em dezembro, taxa ficou em 0,96%, a maior para o mês desde 2002.
O Índice de Preços ao Consumidor - Amplo (IPCA), a
inflação oficial do país, ficou em 0,96% em dezembro, fechando o ano de 2015 em
10,67%, a maior taxa desde 2002, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (8).
Considerando apenas o mês de dezembro, o avanço de
preços também é o mais alto em 13 anos, quando o IPCA do período chegou a
2,10%.
Esse resultado indica que a inflação fechou bem acima
do teto da meta de inflação do Banco Central para o ano.
Pelo sistema que vigora no Brasil, a meta central para
2015 e 2016 é de 4,5%, mas, com o intervalo de tolerância existente, o IPCA
pode oscilar entre 2,5% e 6,5%, sem que a meta seja formalmente descumprida. Em
2014, o índice havia avançado 6,41%.
Custo de vida ainda mais caro.
O que mais pesou no bolso do brasileiro no ano passado
foi o aumento de preços dos alimentos e das bebidas. De 8,03% em 2014, a taxa
subiu para 12,03%. Não foi o aumento mais forte entre todos os tipos de gastos
analisados pelo IBGE, mas seu peso é o maior no cálculo do IPCA
“Especialmente no caso dos alimentos, o clima fez com
que alguns produtos fossem prejudicados não só na quantidade, mas também na
qualidade.
A chuva nos estados do Sul prejudicou um pouco as lavouras, e os
produtores já estavam sacrificados por custos de aumento de energia, frete,
combustível e majoraram seus preços”, disse a coordenadora de preços do IBGE,
Eulina Nunes dos Santos.
Gastos com habitação também subiram bastante: de 8,8%
para 18,31%. Depois desse grupo vem o de transportes, que registrou forte
avanço: de 3,75% em 2014 para 10,16%, no ano seguinte.
Alta da
energia e combustíveis.
De acordo com o IBGE, o maior impacto do ano na
análise individual dos itens – não dos grupos – partiu da energia elétrica e
dos combustíveis.
A conta de luz do consumidor brasileiro ficou, em
média, 51% maior que em 2014. São Paulo e Curitiba aplicaram os maiores
reajustes, de 70,97% e 69,22%, respectivamente.
Com o aumento do preço da gasolina autorizado pela
Petrobras no início de setembro, o reajuste no valor dos combustíveis chegou a
21,43%. A gasolina subiu 20,10% em média – um pouco abaixo do avanço médio do
custo do etanol, de 29,63%.
"Em 2015, os combustíveis tiveram um papel
importante no sentido de pressionar a taxa.
No final do ano, o preço da gasolina
foi reajustado em 6% e, durante os três últimos meses do ano, esse aumento teve
uma repercussão. Não só pelo reajuste em si, mas também pela pressão do etanol.
O etanol teve uma alta muito forte e isso teve uma influência sobre a
composição da gasolina, já que 27% da mistura é de responsabilidade do etanol”,
disse Eulina Santos.
Fonte: G1. RJ.
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