Ex-deputado cumpre pena em regime aberto por condenação no mensalão.
Ele se formou em direito e diz que fará curso em escola de Gilmar Mendes.
Condenado a seis anos e quatro meses de prisão por
participar do esquema do mensalão, o ex-presidente da Câmara João Paulo
Cunha (PT-SP) voltou a frequentar os tribunais, mas agora como bacharel em
direito e não como réu.
Ele se formou em julho do ano passado, cerca de seis
meses depois de passar do regime semiaberto para o aberto, e foi contratado
pelo escritório de advocacia criminal Luís Alexandre Rassi e Pedro Paulo
Medeiros.
A primeira missão como recém-formado, segundo contou ao G1, será atuar na
equipe de defesa de Francisco Mirto Florêncio da Silva, réu na ação penal da
Operação Zelote, que investiga esquema de venda de medidas provisórias.
João Paulo Cunha acompanhou a audiência destinada a
ouvir as primeiras testemunhas arroladas pelos réus.
Por ainda não ter registro
na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o ex-deputado federal assessora o
advogado responsável pelo caso, Alexandre Rassi.
“Eu comecei o curso de direito antes de ser preso.
Faltava o último semestre. Quando saí da prisão, terminei o último semestre e
me formei em julho de 2015.
Na Papuda, também fiz um cursinho. Comecei a
trabalhar no escritório do Rassi depois de formado e estou ajudando nesse caso,
já que envolve processo legislativo”, contou o ex-deputado ao G1.
Ele disse ainda que pretenda se especializar em
direito constitucional no Instituto de Direito Público (IDP), faculdade que tem
o ministro Gilmar
Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), como coordenador
acadêmico.
Mendes é um dos magistrados do STF que votaram pela condenação do
ex-deputado petista.
Na Papuda eu já tinha feito um curso. É uma maneira de tocar a vida”,
afirmou, em tom bem humorado.
No processo do mensalão, o ex-deputado foi condenado
por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, acusado de receber R$ 50 mil no ano
de 2003, quando era presidente da Câmara, para beneficiar agência de Marcos
Valério, apontado como o "operador" do mensalão, em contratos com a
Casa.
Ele passou pouco menos de um ano no regime semiaberto,
dormindo na prisão da Papuda, em Brasília, e saindo durante o dia para
trabalhar como auxiliar de um escritório de advocacia. Em fevereiro de 2015,
foi para o regime aberto.
O ex-deputado afirmou ao G1 que seus advogados já protocolaram no Supremo Tribunal Federal (STF) pedido de extinção da pena com base no decreto de indulto de Natal editado pela presidente Dilma Rousseff no final do ano passado.
O indulto é um perdão os presos de todo o país que se enquadre
em critérios pré-estabelecidos pelo Conselho Nacional de Política Criminal e
Penitenciária.
O decreto beneficia condenado que esteja em regime
aberto, cujas penas remanescentes não sejam superiores a oito anos (se não
reincidentes) e seis anos (se reincidentes), desde que tenham cumprido um
quarto da pena.
João Paulo Cunha disse que se enquadra nesses
critérios e aguarda o Supremo retornar do recesso para julgar o pedido.
“A
minha pena deve ser extinta mês que vem.
Já fiz o pedido no STF e estou
aguardando”, declarou.
Fonte: G1 – DF.
Nenhum comentário:
Postar um comentário