IMPASSE SOBRE IMPEACHMENT VAI PARALISAR COMISSÕES DA CÂMARA.
Eduardo Cunha disse que aguardará resposta do STF sobre recurso.
Presidente da Câmara entende que decisão afeta eleição de comissões.
O impasse sobre a eleição da comissão especial que
analisará o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff vai
paralisar as comissões permanentes da Câmara por tempo
indeterminado, depois que os deputados voltarem do recesso legislativo, em
fevereiro.
Isso porque o presidente da Casa, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), disse ao G1 que aguardará o julgamento do recurso
no Supremo Tribunal Federal (STF) para esclarecer a decisão da Corte que proibiu
votação secreta e chapa alternativa na eleição para a comissão do
impeachment.
Só depois da análise do recurso, que será apresentado
em fevereiro e não tem prazo para ser avaliado pelos ministros do STF, é que o
presidente da Câmara pretende liberar as comissões permanentes para realizarem
eleições para presidente.
Enquanto isso, sem presidente eleito para coordenar os
trabalhos, as atividades das comissões, entre elas a de Constituição e Justiça
(CCJ) e a de Diretos Humanos, vão atrasar.
Cunha argumenta que a decisão do Supremo não
esclarece se o voto aberto vale também para a eleição das comissões
permanentes e o que acontece caso a chapa oficial, com indicação dos líderes,
seja rejeitada. Para o presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, porém,
o julgamento não deixa
"margem" para dúvidas.
Além disso, o presidente da Câmara já anunciou que
pretende apresentar recurso antes mesmo da publicação do acórdão (resumo das
decisões tomadas no julgamento).
No encontro que tiveram em dezembro,
Lewandowski o alertou que o recurso poderá ser recusado, de antemão, caso seja
protocolado antes do prazo.
Comissões.
No total, a Câmara possui 23 comissões permanentes
temáticas, que têm como finalidade discutir e deliberar sobre projetos de lei.
As vagas são distribuídas entre os partidos de acordo com o tamanho da sua
bancada eleita e em todo início de ano a composição das comissões deve ser
renovada.
Pelo regimento interno da Câmara, os integrantes são
indicados pelos líderes dos partidos.
Depois da volta do recesso parlamentar,
em fevereiro, eles terão cinco sessões ordinárias para indicar os nomes.
Em seguida, pelo regimento, cada comissão deve
realizar uma eleição para escolher presidente e três vice-presidentes, mas essa
etapa ficará em suspenso, segundo Cunha.
“Vou aguardar a decisão sobre o recurso”, disse Cunha
ao G1. Ele admite que isso irá atrasar as comissões, mas
descarta que possa ser visto como uma forma de pressionar ou apressar o
tribunal.
“Tem dúvida mesmo sobre a extensão da decisão. Não é pressão”,
afirmou o peemedebista.
Rede e PMB.
Outro imbróglio que os deputados precisarão resolver é
como incluir representantes dos partidos recém-criados Rede e Partido da Mulher
Brasileira (PMB).
O número de vagas nas comissões é fixo e será preciso uma
redistribuição para contemplar as novas legendas. “Vamos arranjar, discutir uma
solução com os líderes”, disse Cunha.
Fonte: G1 – DF.
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