DOIS INVESTIGADOS NA 22ª FASE DA LAVA JATO ESTÃO FORAGIDOS,
AFIRMA PF.
Maria Mercedes e Luiz Hernandez tiveram mandado expedido na quarta (27).
Dupla é apontada pelas investigações como administradora da Mossack.
Maria Mercedes Riano Quijano e Luiz Fernando Hernandez
Rivero, que tiveram mandados de prisão temporários expedidos pela Justiça na
22ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada na quarta (27), já são considerados
foragidos pela Polícia Federal (PF).
A
dupla é apontada pelas investigações como administradora da Mossack no Brasil.
A prisão temporária tem prazo de cinco dias e pode ser
prorrogada pelo mesmo período ou convertida em preventiva, que é quando o
investigado fica preso à disposição da Justiça sem prazo pré-determinado.
O
prazo passa a valer a partir do momento em que eles forem detidos. As
informações iniciais da PF eram de que Mercedes estaria no exterior, contudo,
ela não foi localizada.
Esta nova fase da operação investiga a abertura de
offshores (empresas no exterior) e a compra de apartamentos no Condomínio
Solaris em Guarujá (SP) para lavar dinheiro do esquema de corrupção na
Petrobras.
A empresa Mossack Fonseca, sediada no Panamá, é
investigada por abrir uma offshore (Murray Holdings) que assumiu a propriedade
de um dos imóveis para esconder os reais donos.
Ao todo, seis mandados de prisão foram expedidos.
Ademir Auada estava no Panamá e foi preso
na quinta (28) no Aeroporto de Guarulhos (SP).
Ele chegou
à Superintendência da PF, em Curitiba, por volta das 14h. A prisão dele vence
na segunda-feira (1º).
Ademir Auada aparece como responsável pela Murray
Holdings junto à Mossack Fonseca.
Ele fez o exame de corpo de delito na manhã
desta sexta.
Nelci Warken, apontada como responsável por um tríplex
no Condomínio Solaris, Ricardo Honório Neto, sócio da representação brasileira
da Mossack, e Renata Pereira Brito, funcionária de confiança da Mossack no
Brasil, foram presos no dia em que a operação foi deflagrada.
Eles já fizeram o exame de corpo de delito e devem
prestar depoimento a partir desta sexta.
O mandado de prisão contra os três
vence no domingo (31).
Entre os crimes investigados na atual fase estão
corrupção, fraude, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
Mossack
Fonseca.
No despacho em que autorizou as prisões, o juiz Sérgio
Moro destacou que várias off-shores constituídas por intermédio da Mossack
Fonseca foram utilizadas em esquemas de lavagem de dinheiro apurados por outras
etapas da investigação de desvios na Petrobras.
Como exemplo, cita offshores controladas pelo
ex-diretor da estatal Renato Duque, o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, e
o operador Mário Góes.
Todos já foram condenados e ainda respondem a outros
processos derivados da Lava Jato.
“Teriam utilizado as referidas off-shores para
abertura de contas no exterior através das quais ocultaram e dissimularam
produto do crime de corrupção no esquema criminoso da Petrobras”, afirmou o
juiz.
Família de
Vaccari pagou por apartamento.
O despacho do juiz Sérgio Moro sobre esta fase da Lava
Jato diz que uma cunhada de Vaccari, Marice Correa de Lima, pagou R$ 200 mil
por um apartamento em construção no Solaris, até 2012.
No ano seguinte,
desistiu do negócio e recebeu como devolução da OAS R$ 430 mil.
Além disso, a mulher de João Vaccari Neto, Giselda
Rousie de Lima, declarou à Receita Federal ser proprietária da unidade 43 no
empreendimento.
Mas, segundo o MPF, outra pessoa aparece como proprietária:
Sueli Falsoni Cavalcante, que é empregada da OAS.
Vaccari, que já presidiu a Bancoop, foi preso pela
Lava Jato em 2015 e está detido na Região Metropolitana de Curitiba.
O G1
tentou contato telefônico com o advogado Luiz Flávio Borges D'Urso, que
representa o ex-tesoureiro, porém, a ligação foi direcionada para a caixa
postal.
O advogado da OAS, Edward Carvalho, disse que a busca
e apreensão na empresa “foi desnecessária” e que as informações poderiam ter
sido pedidas antes pela PF.
Triplex
que foi de Lula.
De acordo com o jornal "O Globo", um triplex
do condomínio Solaris pertenceu ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo o MPF, o caso ainda é investigado.
Em depoimento ao Ministério Público de São Paulo no
ano passado, dois funcionários do Solaris afirmaram que viram Lula e a
ex-primeira-dama Marisa Letícia visitando a reforma do triplex 164A.
A
investigação do MP de São Paulo é independente da Lava Jato.
Por meio da assessoria de imprensa, o Instituto Lula
afirmou que o ex-presidente e Marisa Letícia "jamais ocultaram" que a
ex-primeira-dama possui cota de um empreendimento no Guarujá e que essa cota
foi adquirida da extinta Bancoop.
Disse ainda que as informações foram
prestadas à Receita Federal.
Fonte: G1 – PR.
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