Desde
que começou a oferecer esse tipo de operação ao mercado, em 2002, nunca se viu
um rombo tão grande para a autoridade monetária.
Com a disparada do dólar no ano passado, o Banco Central registrou perda recorde com as
operações de swap cambial. De acordo com dados atualizados pela instituição, o
prejuízo com esses leilões em 2015 alcançou R$ 89,657 bilhões pelo resultado
caixa e R$ 102,628 bilhões pelo competência.
Desde que começou a oferecer esse
tipo de operação ao mercado, em 2002, nunca se viu um rombo tão grande para a
autoridade monetária. A maior perda anual com os leilões até então havia sido
registrada em 2014, de R$ 17,3 bilhões.
O swap é uma arma que o BC possui para evitar volatilidade
brusca no mercado de dólares.
A instituição alega que o objetivo desse
instrumento não é o de controlar a cotação da moeda, já que no País funciona o
regime de câmbio flutuante.
Em audiência pública na Comissão
de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado no fim do ano passado, o presidente do BC, Alexandre Tombini, chegou a
argumentar a parlamentares mais críticos que isso tanto é verdade que o dólar
teve valorização de mais de 30% em 2015.
O resultado das operações de swap por
competência inclui ganhos e perdas ocorridos no mês, independentemente da data
de liquidação financeira. A liquidação financeira
desse resultado (caixa) ocorre no dia seguinte, em D+1.
Ao longo de 2014, o BC
teve perdas de R$ 17,329 bilhões com a oferta desse hedge ao mercado. Em 2013, o BC acabou
registrando prejuízo com os leilões de swap da ordem de R$ 1,315 bilhão. Já em
2012, entraram para o caixa da autarquia R$ 1,098 bilhão.
Apenas em dezembro, o BC teve perdas de R$ 7,794
bilhões com os leilões pelo resultado caixa.
Essa marca diminuiu bastante, já que até uma
semana antes do encerramento do mês, o prejuízo estava em R$ 20,5 bilhões. Pelo
resultado competência, o rombo do BC ficou em R$ 4,205 bilhões no mês passado.
Em setembro, as perdas somaram R$ 38,6 bilhões (resultado caixa), o maior
volume mensal de prejuízo da instituição com esse tipo de operação desde 2002.
Em setembro, mês em que o Brasil perdeu o selo de bom pagador pela
primeira agência de classificação de risco, o dólar havia registrado alta de
9,39%.
Reservas.
Entram nesse
cálculo ganhos e prejuízos com a correção cambial, a marcação a mercado e os
juros. No ano, o lucro da instituição com as reservas está em R$ 443,664
bilhões.
O resultado líquido das reservas, que é a rentabilidade menos o custo
de captação, ficou positivo em R$ 3,000 bilhões no mês passado. No ano, o saldo
segue positivo em R$ 259,973 bilhões.
Com isso, para o BC, o resultado das operações
cambiais ficou no vermelho em R$ 1,204 bilhão em dezembro.
Em novembro, os
ganhos foram de R$ 2,486 bilhões. Em outubro, as perdas somaram R$ 30,437
bilhões. Em setembro, havia ficado no azul em R$ 66,595 bilhões. No ano, essa soma
está positiva em R$ 157,345 bilhões.
O BC sempre destaca que, tanto em relação às operações
de swap cambial quanto à administração das reservas internacionais, a autarquia
não visa ao lucro, mas fornecer hedge ao mercado em tempos de volatilidade e
manter um colchão de liquidez para momentos de crise.
Fonte: Agência Brasil.
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