O governo deve obter o que mais precisa nesta
discussão sobre o julgamento de suas contas pelo Tribunal de Contas da União:
TEMPO.
A “sabedoria” do governo em que questiona o
comportamento do relator do processo relativo às contas de 2014, Augusto Nardes
para adiar e tentar aliviar o náufrago do governo Dilma pelo menos até no
início do ano de 2016.
Assim, poderá continuar o processo de reaglutinação de
sua base parlamentar, que começou com a reforma ministerial anunciada na semana
passada, ganhando tempo para arriscar e barrar no Congresso a rejeição das
contas, o que seria um argumento para os que querem aprovar a abertura de
processo de impeachment da presidente.
Adams deve questionar o comportamento de Nardes
primeiramente junto ao próprio Tribunal de Contas e depois recorrer ao
Congresso, que é onde as contas são apreciadas depois da recomendação do TCU e,
posteriormente, ao Supremo Tribunal Federal.
Com isso, a apreciação das contas
pelo TCU que está prevista para a próxima quarta-feira, vai entrar em outro
processo de discussão que deve se estender até o ano que vem. Essa é a
expectativa do governo.
Para Adams, Nardes teria indicado o voto que
apresentará ao TCU, ao afirmar em entrevista que o Tribunal "fará
história" e que nestes 80 anos "nunca se viu a rejeição das contas de
um presidente". Segundo ele, a revelação do voto é proibida pela Lei
Orgânica da Magistratura. "O juiz não pode falar sobre o voto antes de
apresentá-lo".
Neste domingo, o ministro Adams conversou com vários
dos ministros do TCU para informá-los do recurso que pretende apresentar. A
decisão do governo de questionar Nardes foi tomada depois de conversas com
ministros como Jacques Wagner, que vai assumir a Casa Civil nesta
segunda-feira, Mercadante, que está deixando o posto, e ainda os ministros José
Eduardo Cardozo, da Justiça e Nelson Barbosa, do Planejamento. A presidente
Dilma foi consultada e concordou com a estratégia de questionar Nardes por indicar
o voto antecipadamente.
Ainda que seja argüida a isenção de Nardes, os colegas
dele no TCU não devem concordar com o pedido do Advogado-Geral da União, Luiz
Inácio Adams de trocar o relator do processo que trata das contas da presidente
Dilma no ano de 2014.
Fonte: Agência O Globo.
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