REFORMA MINISTERIAL. O TEMPO DO "NOVO" GOVERNO DILMA.
Após o anúncio da reforma, com
amplo espaço do PMDB, o governo Dilma passa agora por grandes desafios.
Nove meses depois do início do segundo
governo, Dilma Rousseff (PT) passa por mais um momento decisivo. Feito o
anúncio da reforma ministerial, que ampliou os espaços do PMDB e mudou
drasticamente a composição da Esplanada, a presidente espera que as mudanças se
reflitam no Congresso.
A nova equipe do Planalto tem três desafios imediatos:
pacificar a relação com a Câmara dos Deputados, concluir a votação do pacote de
ajuste fiscal e barrar movimentações de impeachment.
Mas, por quanto tempo a mudança promovida por Dilma
poderá ter efeito sobre o quadro político que lhe tem sido desfavorável? Para
especialistas ainda é cedo para afirmar que o redesenho do
primeiro escalão do Executivo garantirá sobrevida ao governo ou que estabilizará
as relações políticas, sobretudo com a Câmara, principal foco da reforma.
“No momento, o PMDB tem uma imagem mais proeminente no
governo do que o próprio PT, mas não diria que o governo se rendeu. É uma
gestão de coalizão desde sempre”, analisa o cientista político da Universidade
de Brasília (UnB) João Paulo Peixoto.
Para ele, a inclusão de PMDB e PDT na reforma
ministerial tem objetivo claro de formar uma base de sustentação para enfrentar
pressões no Congresso. Mesmo assim, Peixoto não acredita que essa reaproximação
será suficiente para eliminar riscos de impedimento da presidente.
O plano de conter o afastamento de Dilma pela Câmara
pode ter sucesso se 2/3 do PMDB na Casa se contentar com os agrados da
presidente. Ainda assim, a engrenagem do processo pode ser acionada pelo
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), cuja reação ao enfraquecimento
político é imprevisível.
O parecer do Tribunal de Contas da União (TCU) que
deve rejeitar as contas do governo de 2014 é o elemento mais imediato que a
oposição espera para ensejar uma condenação efetiva. Mas essa parcela do PMDB
pode também refrear os ânimos. Dessa forma, a presidente ganharia fôlego para
outra batalha: a crise econômica.
Advogado e cientista político, Flávio Britto não
acredita em fortalecimento suficiente para evitar o fim antecipado do mandato
da petista. “Se as contas forem rejeitadas (pelo TCU), Dilma vai incidir em
crime de responsabilidade, que é passível de impeachment”, pontua.
Também o cientista político Antonio Augusto Queiroz
considera difícil prever o quanto as mudanças no governo revertem o quadro
desfavorável no longo prazo. De imediato, porém, ele admitiu ouvido pela
Agência Brasil, que o cenário favorece à presidente Dilma. “Pode não recuperar
100% da base, mas dá uma reorganizada. O problema do governo é a articulação”,
avalia ele, que também é diretor do diretor de Documentação do Departamento
Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap).
Mesmo no comando de pastas importantes como a da
Saúde, o PMDB ainda terá de lidar com divergências internas. Enquanto isso, o
PDT emite sinais de que deverá manter a“independência política” no Congresso.
TSE
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve votar na
terça-feira, 6, ação do PSDB que questiona abuso de poder econômico na campanha
de Dilma. No total, existem quatro frentes abertas com o objeto semelhante e
que podem gerar a cassação do mandato da presidente e do vice Michel Temer. Se
o TSE aprovar, será investigado o uso da estrutura pública pela campanha do PT
na disputa eleitoral de 2014.
TCU.
Rejeição
das contas de 2014.
O
julgamento das contas de 2014 da presidente Dilma deve acontecer na
quarta-feira, 7.
As contas do ano passado apresentam 15 distorções encontradas
pela área técnica do Tribunal de Contas da União. A mais grave é a
"pedalada fiscal". A rejeição é aguardada pela oposição para
justificar a abertura de um processo de impeachment. O relator, ministro Augusto
Nardes, já indicou a rejeição das contas.
Congresso Nacional.
Análise
dos vetos.
O
Congresso remarcou para terça-feira, 6, nova sessão para finalizar a análise
dos vetos presidenciais, iniciada no último dia 22/9.
Os itens mais polêmicos
são o veto total ao reajuste de até 78,56% para servidores do Poder Judiciário
e o veto à correção das aposentadorias e pensões. Na última semana, houve
desentendimento entre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e o do Senado, Renan Calheiros, sobre a votação.
Fonte: Agência Brasil.
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