VITÓRIA
QUE ANIMA.
Ceará apresenta melhora tática em
campo, vence líder Botafogo no Engenhão e volta ao 17º posto da Série B.
Porém, o resultado ainda não representa muitas esperanças
de sair da zona do rebaixamento para o Vovô. Com 29 pontos em 31 jogos, a
equipe de Porangabuçu ocupa a 17ª colocação e está a sete pontos de superar o
Macaé - primeiro clube fora da degola, em 16º com 35 pontos. O próximo
confronto do Alvinegro na Segundona é diante do Boa Esporte, sábado, 24, às 20
horas (horário de Fortaleza), no Presidente Vargas.
Diante do líder da Série B, o Ceará levou ao Engenhão
proposta de jogo mais sólida para a segunda rodada sob comando do técnico Lisca.
A equipe alvinegra deixou o desespero dos chutões de lado e conseguiu investir
de maneira mais inteligente na articulação. Pôs a bola no chão, ampliou o olhar
tático e explorou as possibilidades ofertadas pelo Botafogo. Não dominou a
partida, mas conseguiu ir além das suas atuações anteriores pela disputa
nacional, desorganizadas e sem fundamento coletivo.
A troca do trio Fabinho, Júlio César e Rafael Costa
por Alex Amado, Wescley e Rafael Costa para a peleja no Rio de Janeiro trouxe
mais fluidez ao setor de criação do Vovô. Com a reformulação, os visitantes
ganharam em alternativas para chegar até a área adversária e desferir
finalizações. Referência técnica para a equipe, Ricardinho também pôde melhorar
sua atuação devido ao melhor diálogo entre os setores de campo, acertando mais
passes e buscando a área adversária com objetividade.
Jogando sem muita inspiração, o Botafogo buscou
trabalhar a posse de bola para furar a defesa do Ceará. Titular no gol
alvinegro nos últimos dois jogos, Éverson esteve bem colocado, seguro
(inclusive salvando o time do empate no minuto final de acréscimo) e não passou
por sustos. O sistema defensivo de Lisca também apresentou atuação correta, bem
diferente das desastrosas falhas de jogos anteriores. Contudo, o problema alarmante
continua sendo o espaço dado pelo Alvinegro para o adversário envolvê-lo em
triangulações do ataque.
O “prêmio” pela atuação mais consistente veio aos 11
minutos para o Ceará. A arbitragem marcou pênalti em lance envolvendo Alex
Amado e Jefferson - no qual não houve contato entre os jogadores - e Rafael
Costa converteu com competência a cobrança. Com o Vovô à frente no placar, a
torcida carioca destinou sonoras vaias ao time de Ricardo Gomes, que continuou
sem conseguir impor domínio jogando no Engenhão.
FÔLEGO
NECESSÁRIO
Números
29 pontos tem o Ceará
(17º) na Série B. Time está a sete pontos de passar o Macaé (16º), fora da zona
SÉRIE B
2015
BOTAFOGO
TÉCNICO: RICARDO
GOMES
BOT: 4-4-2
JEFFERSON
LUIS
RICARDO
ROGER CARVALHO
RENAN
FONSECA
CARLETO
RODRIGO
LINDOSO
WILLIAN ARÃO
OCTÁVIO
(D CARVALHO)
TOMAS (SASSÁ)
NEILTON
(RONALDO)
NAVARRO
CEARÁ
TÉCNICO:
CEA: 4-4-2
LISCA
EVERSON
CARLÃO
JOÃO MARCOS
VICTOR
LUÍS
TIAGO CAMETÁ
SANDRO
BARAKA
WESCLEY
(FABINHO)
RAFAEL COSTA
ALEX
AMADO
RICARDINHO
Local: Engenhão, Rio de Janeiro-RJ
Data: 20/10/2015
Árbitro:
Diego Almeida Real (RS)
Assistentes: José Eduardo Calza (RS) e Leirson Peng
Martins (RS)
Cartão
vermelho: Carlão (C)
Cartões amarelos: Sandro (C), Jefferson (B), Neilton
(B)
Gols:
Rafael Costa (11min/2ºT)
^
COMENTÁRIO.
< Fernando Grazianne.
BOTAFOGO 0×1 CEARÁ: UMA VITÓRIA CHAMADA ESPERANÇA.
Com Carlão na zaga ao lado de Sandro, João Marcos no
meio-campo, Alex Amado e Wescley atuando pelos lados e Rafael Costa
centralizado, o Ceará entrou em campo diante do Botafogo jogando melhor do que
adversário. E foi assim, taticamente, durante a maior parte da partida. Diferente do que vinha ocorrendo, o Ceará foi um time
calmo. Reteve menos a bola do que o adversário (44%), mas quando a tinha,
trocava passes com segurança e conseguia espaços importantes para finalizar,
deixando o Botafogo desconfortável com frequência. Alex Amado e Rafael Costa
foram fundamentais. No total, o Ceará finalizou 14 vezes, contra 12 do líder da
Série B. Do ponto de vista defensivo, o time também fez um jogo
surpreendente. É raro nesta Série B que a equipe deixe o campo sem sofrer gol
ou gols. A zaga é extremamente insegura, mas desta vez funcionou bem, ganhando
as bolas pelo alto e na antecipação. João Marcos, neste ponto, foi firme, um
líder. Mérito de Lisca também. Sobre o lance do gol do Ceará, não foi pênalti. Alex
Amado invadiu a área e se jogou. O árbitro marcou e Rafael Costa bateu muito
bem. No primeiro tempo, entretanto, o mesmo Rafael foi claramente derrubado na
área, mas o árbitro não viu e, assim, não marcou. Ficou um pelo outro,
portanto. Com 31 jogos, o Ceará está agora com 29 pontos, seis
atrás do Macaé, primeiro time fora do Z4. Eles vão se encontrar na rodada
final. A missão, ainda muito complicada, é tirar a diferença para chegar com
chances no Castelão. A vitória de hoje dá esperança ao torcedor. E com razão.
Sábado, contra o Boa, no PV, às 20h, a vitória é obrigatória.
*Fernando
Graziani é jornalista. Já cobriu duas Copas do Mundo, Copa das Confederações,
duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do
futebol cearense e nordestino.
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