GOVERNO ESTIMA DÉFICIT DE R$ 50 BI NO ORÇAMENTO 2015, DIZ JAQUES
WAGNER.
Meta de economia para pagar juros
da dívida pública deve ser revista.
Apesar da previsão, o ministro afirmou que 'não tem nada fechado'
O ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, afirmou
nesta quinta-feira (22), no Palácio do Planalto, que o governo federal trabalha
com uma estimativa de déficit de R$ 50 bilhões para 2015.
Na véspera, o ministro do Planejamento, Nelson
Barbosa, havia declarado a possibilidade
de uma nova revisão da meta de economia, prevista no Orçamento de 2015,
para pagar os juros da dívida pública, o chamado superávit primário. Segundo
ele, a decisão deve sair nesta sexta (23).
Em junho, o governo já revisou
para baixo a meta fiscal. Na peça orçamentária original, a previsão do governo
era um superávit de R$ 66,3 bilhões, ou 1,19% do PIB. Atualmente, a meta para
2015 é de R$ 8,747, o equivalente a 0,15% do PIB.
"Nós não vamos ficar voltando toda hora lá, no
Orçamento de 2015. Então é preciso botar tudo o que você ainda não tem
certeza, a gente está botando ali. Se entrar receita, é uma coisa. Se não
entrar, é outra", disse Wagner.
"Não tem nada fechado sobre o tamanho do déficit,
porque a vida continua. Se entrar dinheiro, diminui. Se não entrar, mantém a
estimativa. Falei que é em torno de R$ 50 bilhões", concluiu o ministro.
A matéria sequer foi votada pelo Congresso Nacional. O
governo ainda depende de outras análises de projeção de receitas para fechar o
Orçamento deste ano.
Na entrevista, concedida em um dos elevadores do
palácio, Wagner foi questionado sobre se a estimativa de déficit de R$ 50
bilhões já inclui os recursos destinados a pagar os prejuízos com as chamadas
"pedaladas fiscais" – prática do governo de atrasar repasses a bancos
públicos a fim de cumprir as metas parciais da previsão orçamentária.
"Nós vamos resolver o negócio dos bancos, pedaladas,
mas não está nisso aqui déficit de R$ 50 bilhões, porque o TCU vai dizer se vai
admitir parcelamento, se não vai. Se ele disser que é tudo esse ano, nós vamos
fazer", disse o ministro.
Déficit
inédito em 2014.
No ano passado, o governo federal bateu recorde de
gastos e as contas públicas tiveram o primeiro
déficit primário (receitas menos despesas, sem contar juros da dívida
pública) em 18 anos, de R$ 17,24 bilhões.
Influenciadas pelo resultado ruim do governo federal,
as contas do setor público, que englobam também os estados, municípios e
empresas estatais, também registraram
déficit primário inédito de R$ 32,53 bilhões, ou 0,63% do Produto Interno
Bruto (PIB).
Fonte: G1 – DF.
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