COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
ESTABELECER O INTERESSE.
Nobres:
A definição genérica de que os descontentes com o
governo fazem parte de um movimento considerado pela religião petista como sendo
golpista não deveria transmitir altas autoridades, em especial a presidente da
República, que na prática formalizou a ingovernabilidade. Por conseqüência em recente
pronunciamento para uma platéia de aliados, Dilma afirmou e indagou-se, ao
reconhecer a gravidade da crise política: "Eu me insurjo contra o golpismo
e suas ações conspiratórias; disse a presidente! proclamando dentro do conceito
próprio”. Mas este ponto teve endereço certo, o enrolado presidente da Câmara,
Eduardo Cunha, a quem caberá decidir se os pedidos de impeachment terão ou não
andamento, a questão proposta pela presidente não vem reduzindo insatisfações e
a articulações que a sociedade direciona para equacionar os graves problemas
existentes nas ações paralelas em que ela apóia, entre as quais a complacência
com a corrupção e a crise econômica vivenciada pelos brasileiros. A presidente
Dilma até o presente momento não reconhece as próprias dificuldades e nem pode
por força natural, identificar as origens de apelos em favor do impeachment. Por
outro lado há é uma crescente insatisfação popular motivada por insegurança e a
falta de perspectivas para a economia, crise política e, principalmente a
alinho dos corruptos a quem ela defende com rigor. É por deveras insensato recorrer
ao rótulo do golpismo, parece ser inventado pela presidente e alguns de seus
cientistas petistas, mais aqueles de identidade ideológica voltado para o
extremismo, um imperativo que campeia há séculos, voltado para América Latina. Por
demais, este motivo não é suficiente para isentar a presidente de
responsabilidade pela situação calamitosa em que o país se encontra. Não é a
"oposição golpista" segunda a presidente, que está investigando
irregularidades: são instituições responsáveis, como a Polícia Federal, o
Ministério Público, o Tribunal de Contas da União e o Tribunal Superior
Eleitoral. A presidente tem todo o direito de se defender, mas com argumentos
concretos e não com os manjados chavões ideológicos. Se persistir desta forma, decisivamente
o desfecho a se prever é só ponto de pouco tempo.
Antônio Scarcela Jorge.
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