terça-feira, 8 de setembro de 2015

"FALAR DE ÉTICA DE QUE NÃO TEM" INTEGRANTE DA QUADRILHA DO GOVERNO


EDINHO DIZ QUE SÓ VAI DECIDIR SE DEIXA GOVERNO APÓS FIM DE INVESTIGAÇÃO.


Ministro e tesoureiro disse que seguiu orientações de Dilma na campanha.


STF autorizou inquéritos a partir de delação de empreiteiro líder de cartel.


O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, afirmou nesta segunda-feira (7) que prefere aguardar o fim da investigação de que é alvo na Operação Lava Jato para dizer se deixará seu cargo no governo.

Tesoureiro da campanha eleitoral da presidente Dilma Rousseff no ano passado, Edinho foi citado na delação premiada do dono da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, considerado líder do cartel de empreiteiras que atuava na Petrobras.

"Eu prefiro esperar para dizer se deixa o governo. Um delator disse que eu o pressionei para fazer doação. Eu dialoguei com dezenas de empresários e ninguém ouviu isso de outros empresários. Prefiro aguardar a apuração", afirmou o ministro, após desfile de 7 de Setembro.

Com base em depoimentos de Pessoa, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a abertura de inquéritos sobre Edinho, o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) e o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP).

"Quem contrata e demite é a presidenta Dilma. Eu não tiro férias em momento de dificuldade. Em momento de dificuldade, eu trabalho mais, me dedico mais. Estou convicto que fiz o que tinha de ser feito, seguindo a ética. Eu não tenho receio de ver meus atos", afirmou, após ser questionado se poderia se afastar do governo.

Edinho afirmou que encara com "tranquilidade" a situação e disse que, enquanto tesoureiro, seguiu as orientações de Dilma.
Fiz exatamente aquilo seguindo orientações da presidente. “Fiz diálogo com empresariado seguindo legislação, princípios éticos e morais”

Edinho Silva, - Ministro da Comunicação Social e tesoureiro da campanha de Dilma em 2014.

"Quando cheguei como coordenador financeiro da campanha, já tínhamos investigação em andamento e eu fiz exatamente aquilo seguindo orientações da presidente. Fiz diálogo com empresariado seguindo legislação, princípios éticos e morais", declarou. "Tenho plena confiança de que todas as dúvidas serão esclarecidas e vai prevalecer a verdade", afirmou o ministro.

Ele também defendeu as investigações, quando questionado sobre se um eventual abalo do governo com a abertura de inquéritos sobre ele e Mercadante.

"Essa é mais uma demonstração de que instituições no Brasil estão funcionando e tendo liberdade de trabalho e apuração. O governo quer a verdade prevaleça e que as instituições sejam fortalecidas", disse.

O ministro declarou, ainda, ser "impossível" um tesoureiro de campanha não ter tido contato com o empresário Ricardo Pessoa. "Ele sempre foi empresário de conhecimento nacional e um doador de campanha. Você conversar com empresários não significa que cometeu ilegalidade", afirmou.

"Conversei com dezenas de empresários. A meu favor pesa o testemunho dos outros empresários com quem conversei, com ética e seguindo critérios legais", defendeu-se.

Questionado sobre se conversou com a presidente sobre o assunto, Edinho disse que sim, mas não detalhou. "A presidenta, quando me escolheu, tinha plena confiança em mim. Não cheguei ontem na política brasileira. Mais que palavras tenho história de vida na política", disse.

Inquéritos são situações normais da vida pública. “A apuração é legítima"

José Eduardo Cardozo, - Ministro da Justiça'

Absoluta lisura'.

O titular da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que a campanha da presidente Dilma foi de "absoluta lisura" e "absoluto respeito à lei". Ele também afirmou que a investigação não traz desconforto para o governo. "Inquéritos são situações normais da vida pública. A apuração é legítima. (...) Não há nada a esconder", completou.

Cardozo também defendeu Edinho e Mercadante, afirmando que conhece os dois ministros "há anos" e que sabe da "seriedade" deles. "Tudo se esclarecerá no seu tempo com a isenção de ambos de qualquer ato ilícito", disse.

A confiança do governo nos dois ministros é total. “Nós temos convicção de que eles são extremamente corretos"
Ricardo Berzoini, - Ministro das Comunicações.

A posição de Cardozo foi reforçada pelo ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, que disse não ver abalo para o governo no episódio, já que se trata de "simples autorização para investigação".

"São fatos concretos que precisam ser apurados de acordo com o que a lei determina. A confiança do governo nos dois ministros é total. Nós temos convicção de que eles são extremamente corretos e trataremos essa questão com tranqüilidade", afirmou.
Fonte: G1. DF.

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