EDINHO DIZ QUE SÓ VAI
DECIDIR SE DEIXA GOVERNO APÓS FIM DE INVESTIGAÇÃO.
Ministro e tesoureiro disse que seguiu orientações de Dilma na campanha.
STF autorizou inquéritos a partir de delação de empreiteiro líder de cartel.
O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho
Silva, afirmou nesta segunda-feira (7) que prefere aguardar o fim da
investigação de que é alvo na Operação Lava Jato para dizer se deixará seu
cargo no governo.
Tesoureiro da campanha eleitoral da presidente Dilma
Rousseff no ano passado, Edinho foi citado na delação premiada do dono da UTC
Engenharia, Ricardo Pessoa, considerado líder do cartel de empreiteiras que
atuava na Petrobras.
"Eu prefiro esperar para dizer se deixa o
governo. Um delator disse que eu o pressionei para fazer doação. Eu dialoguei
com dezenas de empresários e ninguém ouviu isso de outros empresários. Prefiro
aguardar a apuração", afirmou o ministro, após desfile de 7 de Setembro.
Com base em depoimentos de Pessoa, o Supremo
Tribunal Federal (STF) autorizou a abertura de inquéritos sobre
Edinho, o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) e o senador Aloysio Nunes
(PSDB-SP).
"Quem contrata e demite é a presidenta Dilma. Eu
não tiro férias em momento de dificuldade. Em momento de dificuldade, eu
trabalho mais, me dedico mais. Estou convicto que fiz o que tinha de ser feito,
seguindo a ética. Eu não tenho receio de ver meus atos", afirmou, após ser
questionado se poderia se afastar do governo.
Edinho afirmou que encara com
"tranquilidade" a situação e disse que, enquanto tesoureiro, seguiu
as orientações de Dilma.
Fiz exatamente aquilo seguindo orientações da
presidente. “Fiz diálogo com empresariado seguindo legislação, princípios
éticos e morais”
Edinho
Silva, - Ministro
da Comunicação Social e tesoureiro da campanha de Dilma em 2014.
"Quando cheguei como coordenador financeiro da
campanha, já tínhamos investigação em andamento e eu fiz exatamente aquilo seguindo
orientações da presidente. Fiz diálogo com empresariado seguindo legislação,
princípios éticos e morais", declarou. "Tenho plena confiança de que
todas as dúvidas serão esclarecidas e vai prevalecer a verdade", afirmou o
ministro.
Ele também defendeu as investigações, quando
questionado sobre se um eventual abalo do governo com a abertura de inquéritos
sobre ele e Mercadante.
"Essa é mais uma demonstração de que instituições
no Brasil estão funcionando e tendo liberdade de trabalho e apuração. O governo
quer a verdade prevaleça e que as instituições sejam fortalecidas", disse.
O ministro declarou, ainda, ser "impossível"
um tesoureiro de campanha não ter tido contato com o empresário Ricardo Pessoa.
"Ele sempre foi empresário de conhecimento nacional e um doador de
campanha. Você conversar com empresários não significa que cometeu
ilegalidade", afirmou.
"Conversei com dezenas de empresários. A meu
favor pesa o testemunho dos outros empresários com quem conversei, com ética e
seguindo critérios legais", defendeu-se.
Questionado sobre se conversou com a presidente sobre
o assunto, Edinho disse que sim, mas não detalhou. "A presidenta, quando
me escolheu, tinha plena confiança em mim. Não cheguei ontem na política
brasileira. Mais que palavras tenho história de vida na política", disse.
Inquéritos são situações normais da vida pública. “A
apuração é legítima"
José
Eduardo Cardozo, - Ministro
da Justiça'
Absoluta lisura'.
O
titular da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que a campanha da presidente Dilma
foi de "absoluta lisura" e "absoluto respeito à lei". Ele
também afirmou que a investigação não traz desconforto para o governo.
"Inquéritos são situações normais da vida pública. A apuração é legítima.
(...) Não há nada a esconder", completou.
Cardozo também defendeu Edinho e Mercadante, afirmando
que conhece os dois ministros "há anos" e que sabe da
"seriedade" deles. "Tudo se esclarecerá no seu tempo com a
isenção de ambos de qualquer ato ilícito", disse.
A
confiança do governo nos dois ministros é total. “Nós temos convicção de que
eles são extremamente corretos"
Ricardo
Berzoini, - Ministro
das Comunicações.
A posição de Cardozo foi reforçada pelo ministro das
Comunicações, Ricardo Berzoini, que disse não ver abalo para o governo no
episódio, já que se trata de "simples autorização para investigação".
Nenhum comentário:
Postar um comentário