sexta-feira, 4 de setembro de 2015

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - 'SEXTA-FEIRA' - 4 DE SETEMBRO DE 2015

COMENTÁRIO­
Scarcela Jorge.

DESCONFIANÇA GENERALIZADA.

Nobres:
Chegou ao limite no seio da sociedade em interesse da desconfiança atribuída no governo ultrajada a inexistência da ética, moral oriunda das ações corruptas dos governos lulista em que gerou diretamente na crise econômica em que o país experimenta resultando no roubo escancarado por aliados do governo e do PT. Iteramos serem corretas as avaliações da conjuntura nacional que levam em conta a falta de confiança na capacidade de reação e de articulação do governo. É o sentimento de empresários e economistas, para os quais o Executivo deveria ser o primeiro a transmitir segurança a quem empreende e corre o risco de tomar decisões. o governo, ao invés de inspirar confiança, vem passando insegurança ao setor produtivo. Há na reflexão uma referência direta ao impasse do ajuste nas contas públicas, ao quais vários economistas se expressam em comunhão ao se referir como “tragédia fiscal”. O “aviso” reforça a sensação de que o governo continua titubeante em relação ao ajuste, enquanto pede determinação de quem produz. É uma contradição a ser superada, sob pena de agravar ainda mais a situação do país. A presidente da República se quiser se libertar das amarras dos corruptos e dos incompetentes que a cerca, no enquanto, mesmo ainda consideramos tarde, mas em hipótese, deveria buscar o convencimento da sociedade sobre as razões do ajuste fiscal, que considera indispensável, ainda que não suficiente, “criar as condições mínimas de credibilidade do governo”. Não há como fazer a correção drástica de rumos na economia, a começar pelo equilíbrio fiscal, sem que os condutores da política oficial transmitam clareza e determinação ao setor produtivo. Se o próprio governo é incapaz de dizer a empresas e trabalhadores que acredita no que propõe, fica difícil cobrar mobilização para que o país saia da recessão. A presidente deveria abandonar a soberba e ser mais receptiva a alertas como esse, se não, fatalmente vai cair, “coisa” que somente ela não acredita e seus “aliados por aluguel”, fingem acreditar, ora que, as mensagens governistas sejam unificadas e haja um mínimo de coerência entre o discurso e os estilos quem deveriam ser de ações governamentais.

EM BUSCA DA CONSPIRAÇÃO.


A convivência entre Dilma Rousseff e Michel Temer sempre foi marcado pela frieza e desconfiança. A presidente teve de engolir a indicação de Temer para vice na eleição de 2010. O PT precisava de apoio do principal partido no Congresso, o PMDB, para conseguir governar. Aliás, pelo sistema atual, nenhum governo sobrevive sem os peemedebistas. Ele passou o primeiro mandato na berlinda, enquanto ela surfava na popularidade alta. O menosprezo da presidente por Temer era evidente em solenidades, discursos e reuniões internas. Uma ojeriza por alguém que é mestre em articular, tramar. Político tarimbado que é, Temer manteve o semblante de esfinge e não alterou o tom de suas frases milimetricamente calculadas. O vice-presidente alijado do primeiro mandato não existe mais. Com o aprofundamento da crise, é ele quem agora se distancia estrategicamente da presidente. Considerado um dos políticos mais habilidosos do país a sua capacidade de estar há décadas próximo do poder é a comprovação disso Temer já fez pelo menos três movimentos nas últimas semanas que mostram, no mínimo, a intenção de não se deixar contaminar pela crise. Primeiro disse que o país precisa de “alguém que tenha a capacidade de reunificar a todos”. Se realmente quisesse se referir a Dilma como sendo esse “alguém”, bastava ter citado o nome dela, evitando a polêmica e a deterioração da sua relação com a presidente. O segundo passo foi deixar a articulação política. E, por fim, ter deixado vazar o seu aborrecimento ao saber que Dilma, sem informá-lo, havia reunido um grupo de ministros para debater a volta da CPMF. Ao receber posteriormente um telefonema da presidente pedindo a sua ajuda na articulação para aprovar a volta do imposto, Temer se recusou e “sugeriu” que ela mesma a fizesse. Com um governo cada vez mais fragilizado, o afastamento de Temer é um sintoma de que ele pretende se preservar politicamente para uma eventual renúncia ou impeachment da presidente. Em qualquer uma das hipóteses, quem assume o comando do país é o vice. É uma consolidação absoluta.
Antônio Scarcela Jorge.

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