sábado, 5 de setembro de 2015

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - SÁBADO, 5 DE SETEMBRO DE 2015

COMENTÁRIO­
Scarcela Jorge.

O MODELO DA CORRUPÇÃO.

Nobres:
Na realidade é que o Brasil nunca foi um país capitalista, mas refém do chamado "capitalismo de compadres", onde somente se dão bem "os amigos do rei". “O Estado se incha de servidores, que, mas, sobretudo concentrado no reino, com a multidão de ‘pensionistas’ e dependentes, fidalgos e funcionários, todos sôfregos de ordenados, tenças e favores o rei paga tudo, abusos e roubos, infortúnios comerciais e contratos fraudados” onde governadores e prefeitos usam e abusam dessa premissa e, não há providências por parte de Tribunais que fazem se promover através da mídia “chapa de bronze” onde as falácias recaem em encontros de inverdades semelhantes ao “efeito Dilma”. Um modelo como esse, politicamente orientado, que paira sobre todos os compadrinhos entre governos e toda nação, é por ela aceita, deixa de criar um núcleo de forças para dinamizar as relações econômicas. A sede por arrecadar impostos e sustentar suas extravagâncias e corrupção reprime possíveis iniciativas empreendedoras sendo sujeita sempre à aprovação oficial, de acordo com seus interesses. A origem da burocracia sufocante que existe hoje em nosso país se deve à herança do Estado, que predominou na corte portuguesa desde a era dos descobrimentos. Esse modelo torna o Estado extremamente burocrático, para que ele mantenha o controle de todos os movimentos da sociedade, sejam eles econômicos ou não, para que os governantes tenham certeza de que seus objetivos serão atingidos. Outra característica importante de nossa herança é o patrimonialismo, característica de um Estado que não possui distinções entre os limites. No Brasil, o patrimonialismo apareceu no Estado colonial português e passou à posteridade como prática político-administrativa. No início da ditadura de Vargas juntou ao patrimonialismo o paternalismo de Estado. Foi nesse período que se criou a maior parte das leis protecionistas, mantidas e até incrementadas pela Constituição de 1988. Por elas só o governo é capaz de definir o que é bom ou não para a sociedade. O paternalismo de Estado agrada tanto as camadas mais pobres da sociedade como os grandes empresários, uma vez que protege ambos. Esse tipo de governo precisa exacerbar a burocracia em todos os níveis como instrumento de controle. Nada pode passar despercebido sob pena de o Estado perder ou o controle da situação ou os recursos necessários para sustentar o patrimonialismo e manter o paternalismo. Quanto mais burocracia, mais controle e mais corrupção, pela busca de saídas não ortodoxas para se conseguir “facilidades” onde existem “dificuldades”. A isso chamamos “corrupção de varejo” ou “pequenas corrupções” praticadas no dia a dia das pessoas. Ora, é a “corrupção de varejo” que amortece a sociedade em relação à “grande corrupção de atacado” praticada por agentes públicos, que ainda imaginam não haver distinção entre os bens públicos e privados. A “corrupção dos bilhões”, que começou nas décadas recentes com a renúncia do presidente da República em 1992, minutos antes de o Congresso decretar o seu impedimento e culminou com os vários bilhões da Operação Lava Jato, mostra que o patrimonialismo continua ativo entre os agentes do Estado brasileiro, sustentado por uma parte da elite empresarial. Olhando para o futuro, a sociedade terá de escolher entre continuar com a “corrupção de varejo”, fechando os olhos para a “corrupção de atacado”, ou passar o Brasil a limpo, através do voto e, ao mesmo tempo, oferecendo exemplos de honestidade e decência no seu comportamento diário. É um sonho é despertar o pesadelo que perdura há séculos e agora consolidado pela corrupção Lula.
Antônio Scarcela Jorge.

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