COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.O MODELO DA CORRUPÇÃO.
Nobres:
Na realidade é que o Brasil nunca foi um país
capitalista, mas refém do chamado "capitalismo de compadres", onde
somente se dão bem "os amigos do rei". “O Estado se incha de
servidores, que, mas, sobretudo concentrado no reino, com a multidão de
‘pensionistas’ e dependentes, fidalgos e funcionários, todos sôfregos de
ordenados, tenças e favores o rei paga tudo, abusos e roubos, infortúnios
comerciais e contratos fraudados” onde governadores e prefeitos usam e abusam
dessa premissa e, não há providências por parte de Tribunais que fazem se
promover através da mídia “chapa de bronze” onde as falácias recaem em
encontros de inverdades semelhantes ao “efeito Dilma”. Um modelo como esse,
politicamente orientado, que paira sobre todos os compadrinhos entre governos e
toda nação, é por ela aceita, deixa de criar um núcleo de forças para dinamizar
as relações econômicas. A sede por arrecadar impostos e sustentar suas
extravagâncias e corrupção reprime possíveis iniciativas empreendedoras sendo
sujeita sempre à aprovação oficial, de acordo com seus interesses. A origem da
burocracia sufocante que existe hoje em nosso país se deve à herança do Estado,
que predominou na corte portuguesa desde a era dos descobrimentos. Esse modelo
torna o Estado extremamente burocrático, para que ele mantenha o controle de
todos os movimentos da sociedade, sejam eles econômicos ou não, para que os
governantes tenham certeza de que seus objetivos serão atingidos. Outra
característica importante de nossa herança é o patrimonialismo, característica
de um Estado que não possui distinções entre os limites. No Brasil, o
patrimonialismo apareceu no Estado colonial português e passou à posteridade
como prática político-administrativa. No início da ditadura de Vargas juntou ao
patrimonialismo o paternalismo de Estado. Foi nesse período que se criou a
maior parte das leis protecionistas, mantidas e até incrementadas pela
Constituição de 1988. Por elas só o governo é capaz de definir o que é bom ou
não para a sociedade. O paternalismo de Estado agrada tanto as camadas mais
pobres da sociedade como os grandes empresários, uma vez que protege ambos. Esse
tipo de governo precisa exacerbar a burocracia em todos os níveis como
instrumento de controle. Nada pode passar despercebido sob pena de o Estado
perder ou o controle da situação ou os recursos necessários para sustentar o
patrimonialismo e manter o paternalismo. Quanto mais burocracia, mais controle
e mais corrupção, pela busca de saídas não ortodoxas para se conseguir
“facilidades” onde existem “dificuldades”. A isso chamamos “corrupção de
varejo” ou “pequenas corrupções” praticadas no dia a dia das pessoas. Ora, é a
“corrupção de varejo” que amortece a sociedade em relação à “grande corrupção
de atacado” praticada por agentes públicos, que ainda imaginam não haver
distinção entre os bens públicos e privados. A “corrupção dos bilhões”, que
começou nas décadas recentes com a renúncia do presidente da República em 1992,
minutos antes de o Congresso decretar o seu impedimento e culminou com os
vários bilhões da Operação Lava Jato, mostra que o patrimonialismo continua
ativo entre os agentes do Estado brasileiro, sustentado por uma parte da elite
empresarial. Olhando para o futuro, a sociedade terá de escolher entre
continuar com a “corrupção de varejo”, fechando os olhos para a “corrupção de
atacado”, ou passar o Brasil a limpo, através do voto e, ao mesmo tempo,
oferecendo exemplos de honestidade e decência no seu comportamento diário. É um
sonho é despertar o pesadelo que perdura há séculos e agora consolidado pela
corrupção Lula.
Antônio
Scarcela Jorge.
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