COMENTÁRIO
SCARCELA JORGE.
GOVERNO NÃO ENXERGA E O
POVO DAR AVAL.
Nobres:
Não se pode
conceber a insensatez do eleitorado brasileiro, referente as questões de
própria “des” ordem num campo em que são duramente atingidos. A nossa análise
vislumbra “a vacância” na campanha eleitoral as abordagens da maioria dos
candidatos a cargos executivos aos planos capazes de viabilizar mudanças em
duas áreas essenciais, mas precarizadas pelo descaso oficial ao longo de
décadas. Saúde e segurança são setores enredados no emaranhado de atribuições
de União, Estados e municípios. É repetitivo o argumento utilizado pela União
de que o SUS, consagrado pela Constituição como serviço universal, igualitário
a todos os brasileiros, não avança por deficiências das instituições estaduais
e dos municípios. A acusação se inverte quando a União é apontada como culpada pela escassez de
verbas e pela falta de apoio a programas de prevenção, serviços de emergência,
hospitais, tratamento especializado e cirurgias. A presidente reeleita deve
trabalhar para que a saúde deixe de ser a maior de todas as vergonhas
nacionais. A realidade e pesquisas entre usuários apontam essa como a área mais
deficiente do país. Não há desculpas para o colapso que transformaram doentes e
familiares em protagonistas de um drama permanente, sem atendimento ágil, sem
vagas em hospitais e sem acesso a consultas em muitas cidades. Programas como “O
Mais Médicos” podem ter contribuído para amenizar deficiências, mas há muito
mais a fazer para combater carências, desperdícios e corrupção em estruturas
completamente degradadas. É vergonhoso que uma demanda por cirurgia provoque
espera de mais de ano, e que em alguns Estados os doentes sejam amontoados em
espaços sem a mínima condição de serem aceitos como ambiente hospitalar. A área da segurança passa pelos mesmos conflitos de competência, porque a
maioria das tarefas é atribuição dos Estados. Essa desculpa predominou nos
debates, com algumas ressalvas que devem se transformar em atitude concreta,
como a promessa da presidente reeleita de que pretende manter a experiência
bem-sucedida da Copa de unificação operacional das polícias. O certo é que os
Estados não dispõem de recursos para enfrentar o crescimento da criminalidade.
E que a União precisa aperfeiçoar os mecanismos de controle de entrada de armas
e drogas no país, ou tudo que for feito pelos governadores não terá o efeito
esperado. A segurança deve ser tratada de forma integrada, com a racionalização
de quadros e recursos, sem a desculpa de que essa é essencialmente uma tarefa
constitucional dos Estados. A culpa não é só governo, mas, do eleitor que
continua cego as ações que lhes são prejudiciais.
Antônio Scarcela Jorge.
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