Reajuste acontece a partir da meia noite desta
sexta-feira (7).
A
Petrobras informou nesta noite de quinta-feira (6), que reajustará o preço de
venda da gasolina A em 3% e do diesel em 5% nas refinarias, a partir da 0h de
sexta-feira, 7.
Segundo o
comunicado, os preços da gasolina e do diesel, sobre os quais incide o reajuste
anunciado, não incluem os tributos federais Cide e PIS/COFINS e o tributo
estadual ICMS.
O governo
liberou o reajuste dos preços dos combustíveis nesta terça-feira (4), mas a
Petrobras não havia anunciado ainda o porcentual e data da mudança. “Reajuste
de combustível não se anuncia, pratica-se”, disse a presidente da Petrobras,
Graça Foster, ao deixar a reunião.
Durante a
reunião, Graça Foster voltou a fazer uma longa apresentação sobre o cenário da
companhia e a necessidade da empresa de elevar seus preços para recompor suas
margens de lucro. Ao longo de 2014, a estatal trabalhou a maior parte do tempo
com uma defasagem de preços na casa dos 20% em relação à cotação do petróleo no
mercado internacional. O alívio veio no início de outubro, quando o valor do
barril de petróleo entrou em queda livre, passando dos US$ 100 para um patamar
em torno de US$ 85.
Com o
movimento, a diferença entre os preços praticados no Brasil e no exterior
deixou praticamente de existir, o que reduziu os custos da companhia com a
importação de derivados de petróleo. Mesmo com a recente trégua, Auro Rozembau,
analista de petróleo do Bradesco, calcula que a Petrobras tenha deixado de
gerar cerca de R$ 80 bilhões em receita nos últimos três anos por causa da
defasagem em relação aos preços praticados no exterior. Além disso, a
valorização do dólar em relação ao real pressiona ainda mais o endividamento da
estatal, que já ultrapassa R$ 300 bilhões.
O último
aumento nos preços dos combustíveis dado pela Petrobras entrou em vigor no dia
30 de novembro de 2013, quando a gasolina foi reajustada em 4% e o óleo diesel
em 8%.
Auditoria
A demora
na divulgação do resultado se deve a questionamentos feitos pela auditora
PricewaterhouseCoopers (PwC). O Broadcast, serviço de notícias em tempo real da
Agência Estado, adiantou no domingo que entre eles estavam o pedido da
auditoria para a saída do presidente da Transpetro, Sérgio Machado, citado nas
investigações da Operação Lava Jato.
Na
sexta-feira, uma reunião do conselho de administração foi interrompida no
primeiro item da pauta, quando se discutia as denúncias de corrupção feitas
pelo ex-diretor de abastecimento Paulo Roberto Costa na Operação Lava Jato, da
Polícia Federal. Diante da pressão da PwC, na segunda-feira, Machado pediu
licença do cargo por 31 dias. Costa alega ter recebido das mãos do presidente
licenciado da Transpetro R$ 500 mil em dinheiro vindo de um esquema de
corrupção na companhia.
Pesquisa
Em meio
às denúncias de corrupção, rebaixamento da nota pela agência de classificação
de risco Moody’s e desvalorização das ações, a Petrobras lançou uma pesquisa
entre seus acionistas para avaliar o interesse por seus papéis. O Departamento
de Relações com Investidores da estatal informou que o trabalho não tem relação
com os “problemas” pelos quais a companhia vem passando, mas funcionará como um
termômetro da sua imagem. Mensagem enviada pelo RI da Petrobras aos acionistas
relata que a Checon Pesquisa foi contratada para ouvir a opinião sobre os
investimentos da petroleira. Diz ainda que o grupo de acionistas que
participará da pesquisa será escolhido por sorteio e contatado pela Checon para
confirmar o interesse em participar da pesquisa.
Fonte:
Estadão.
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