COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
SEGMENTO TOLERA CORRUPTORES E CORRUPTORES.
Nobres:
Depois do
lamentável episódio que a população estarrecida em por ação de alguns ministros
do Supremo Tribunal Federal que por ação se portaram como “medíocres cabos eleitorais
exercidos o “dever de ofício” para deleites do seu chefe, que está “imune neste
rumoroso caso de proporções negativas para todo o mundo” vem naturalmente a
sede de revolta para discorrer em eleições esse sentimento para “exercitar” o
voto em branco e voto nulo como principal alternativa como recursos
frequentemente mencionados por muitos brasileiros sublevados excecionalmente com
a corrupção na política. Esses apelos voltam a aparecer na véspera de mais um
processo eleitoral, especialmente em manifestações feitas pelas redes sociais.
A indignação é legítima e acentua-se sempre que explode um escândalo político
ou que um julgamento do Supremo, como a recente apreciação dos recursos dos
mensaleiros, não corresponde à expectativa da nação. Mas é a crença na política,
e não a descrença, que pode consertar o que está errado. É humano e
compreensível que pessoas revoltadas com o comportamento de seus representantes
no poder resvalem para a generalização, afirmando que todos os políticos são
inconfiáveis. Este conceito, porém, carrega no seu bojo uma contradição: os
políticos, queiramos ou não, somos nós. Eles não vêm de outro planeta. Saem dos
setores organizados da sociedade, chegam ao poder pela autorização explícita de
contingentes de eleitores numerosos o suficiente para diferenciá-los dos demais
postulantes da mandatos. No máximo, podemos dizer, sem cair em grande contradição,
que a política corrompe. Ainda assim, corrompe porque a sociedade tolera. Em
primeiro lugar, não há corrupção sem corruptores. Então, a responsabilidade não
pode ser atribuída apenas aos políticos. A pergunta que se impõe é: o que os
cidadãos podem fazer para impedir a deformação da política? Numa democracia,
podem muito. Cidadãos bem informados e partícipes têm poder para fiscalizar e
depurar a política, colocando nos postos de comando da administração pessoas
íntegras e comprometidas com a sociedade. Se não acreditarmos que essas pessoas
existem, estamos duvidando de nós mesmos. A descrença na política pode ter esse
viés positivo de aumentar a massa crítica da população, de levar a indignação
para as ruas e de criar uma cultura de acompanhamento e controle da
representação. Em vez de revolta contra o voto obrigatório, que é uma
determinação constitucional, o mais sensato talvez seja transformá-lo na
prática em voto meritório, de forma que contemple apenas candidatos sobre os
quais não paire qualquer dúvida em relação à integridade, à honestidade e à
vontade de efetivamente trabalhar pelo município, estado e o país. Quanto antes
esta seleção começar, mais acertos teremos. Evidentemente, sempre haverá
enganos e traições, mas a mesma democracia que possibilita tais desvios oferece
igualmente remédios para corrigi-los. O país tem jeito, sim. Basta lembrar que
já não se pode mais contar nos dedos de uma mão os políticos que perderam
mandatos, cargos e até a liberdade por terem traído a confiança da população. O
caminho é que o eleitor no exercício soberano através do voto seja o
responsável maior para escolher o que presta e que seja de bem para servir o
país e o estado. Quanto ao município seja fundamental na preferência de probos
para lhe bem representar deixando de lado a compra e venda de votos, como único
e (in) fiel dessas atitudes.
Antônio Scarcela
Jorge.
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