COMENTÁRIO
Scarcela
Jorge.
ESTÍMULO À INÉRCIA.
Nobres:
Num ano “abreviado” por acontecimentos
como Copa e eleições, os parlamentares deveriam ter se preocupado mais em
demonstrar maior capacidade de trabalho. Passado o Carnaval, é absolutamente
compreensível que o país volte as atenções para suas casas legislativas, pois
abrigam representantes políticos da população e as pessoas das quais se espera
iniciativas para fazer o país andar. Além de ser eleitoral e de Copa do Mundo,
o ano começou marcado por uma queda de braço entre o Planalto e sua própria
base de apoio parlamentar. Temeroso de ver aprovadas iniciativas que encolhem
as receitas ou ampliam as despesas, além de outras de conteúdo polêmico, o
Executivo recorreu a uma série de projetos em regime de urgência, que trancam a
pauta enquanto não são votados. Enquanto isso, a própria base de apoio do
governo se insurgiu, criando um blocão de insatisfeitos, composto por
integrantes de oito partidos, que impede votações. O contribuinte paga a conta
da inoperância.
Desde o início do ano e até o retorno do recesso espichado de Carnaval, que ainda deve se estender até o dia 11 de março, o resultado concreto é que apenas meia dúzia de projetos chegaram a ser aprovados de forma conclusiva na Câmara e no Senado. Em 2013, o balanço indicava 25 votações a essa altura. No ano anterior, 36. A redução, acentuada, pode até ser conveniente em alguns casos para o Planalto, que teme a aprovação de iniciativas demagógicas num ano de campanha presidencial, e para os parlamentares, que ficam com maior poder de barganha para pressionar o Executivo, cobrando a liberação de mais verbas de interesse de suas bases eleitorais. É péssima, porém, para os brasileiros, que elegem seus representantes na expectativa de vê-los cumprir seu papel, fazendo o que os eleitores determinaram como de sua atribuição. Depois das manifestações populares intensificadas a partir de junho do ano passado, muitos parlamentares pareciam inclinados a deixar no passado aberrações como uma semana de trabalho entre terça e quinta-feira. Bastou o país voltar a uma relativa normalidade para que o ano já se iniciasse em ritmo lento e com uma produção que, de tão irrisória, não tem como ser aceita pela sociedade. É o vício contínuo com os costumes dos políticos insensatos aos problemas gerados na própria sistemática de ausência de ética.
Desde o início do ano e até o retorno do recesso espichado de Carnaval, que ainda deve se estender até o dia 11 de março, o resultado concreto é que apenas meia dúzia de projetos chegaram a ser aprovados de forma conclusiva na Câmara e no Senado. Em 2013, o balanço indicava 25 votações a essa altura. No ano anterior, 36. A redução, acentuada, pode até ser conveniente em alguns casos para o Planalto, que teme a aprovação de iniciativas demagógicas num ano de campanha presidencial, e para os parlamentares, que ficam com maior poder de barganha para pressionar o Executivo, cobrando a liberação de mais verbas de interesse de suas bases eleitorais. É péssima, porém, para os brasileiros, que elegem seus representantes na expectativa de vê-los cumprir seu papel, fazendo o que os eleitores determinaram como de sua atribuição. Depois das manifestações populares intensificadas a partir de junho do ano passado, muitos parlamentares pareciam inclinados a deixar no passado aberrações como uma semana de trabalho entre terça e quinta-feira. Bastou o país voltar a uma relativa normalidade para que o ano já se iniciasse em ritmo lento e com uma produção que, de tão irrisória, não tem como ser aceita pela sociedade. É o vício contínuo com os costumes dos políticos insensatos aos problemas gerados na própria sistemática de ausência de ética.
Antônio Scarcela Jorge.
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