COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
PADRÃO IMUTÁVEL.
O
modelo eleitoral e os sistemas de governo e de Estado brasileiro são corruptos
desde o seu nascedouro. E o pior: as pessoas aprenderam com ele a corromper e a
serem corruptíveis. Por isso, não se diga que o tão falado, surrado e
“interminável” julgamento do mensalão jamais será um divisor de águas. Obviamente
que não se pode negar que a repressão casuística a crimes praticados por altos
políticos e gestores públicos em prejuízo de toda a coletividade há de ser
louvada. Entretanto, soa ingênuo pensar que esses delitos escassearão. O Brasil
tem impregnada em seu âmago uma cultura pela vantagem fácil. O famoso “jeitinho
brasileiro” nada mais é do que a representação desta assertiva. Tudo pode ser
resolvido de uma forma “mais fácil”, desde que, obviamente, os interessados
saiam lucrando. Daqueles que nos governam, então, o que esperar, se são
justamente os seus eleitores que mais esperam ter alguma vantagem negociados
muito antes das campanhas eleitorais onde os cargos ou até mesmo dinheiro mesmo
após o êxito eleitoral e depois entram na dança “aquelas manjadas autoridades” pertinentes
ao caso, não estão nem aí, também se associam aos corruptos e se tornam
“cegos”, - isso não importa a eles. - não podemos negar, há exceções. Há
cidadãos que ainda mantêm hígida a probidade exigível e necessária a uma
sociedade republicana que tem como objetivo promover o bem de todos, como reza
o texto constitucional (art. 3º, IV). O grande problema é que estes, na sua
grande maioria, estão muito ocupados tentando sobreviver alheios a todas as
mazelas que esta verdadeira subversão institucional lhes impõem alta carga
tributária, burocracia excessiva etc. atalhos para substabelecer. Enfim, nada
mudará, num futuro próximo ou distante. Os órgãos e instituições responsáveis
pela repressão aos crimes de colarinho branco terão que estar cada vez mais
preparados, e terão cada vez mais trabalho na consecução de suas funções.
Antônio Scarcela Jorge.
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