EDITORIAL
COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.
REMINISCENTES DE PENÚRIA
Nobres:
Neste momento de tensão que vive
o governo brasileiro que dá prioridade a sua base de sustentação como ação
desabonadora elevada a uma conduta comprometedora que desencadeou com a prisão
de figurões que representaram o parlamento e a assessoria do governo. Entretanto
chegou mais um emaranhado problema que há muito vem sendo atenuado pela base
econômica de governo: é o fantasma da inflação que nos arrodeia. Com a alta dos
preços dos derivados de petróleo, o fundamental “pulsor” dos índices
inflacionários, aliada a oscilação de preços evidencia uma retomada de atenção
para a economia do país onde fórmulas diversas estão sendo tentado no sentido
de conter um elevado indicador inflacionário num futuro bem próximo a incidir.
Todos nós na prática situamos como “neófitos” em economia, entretanto coloca-se
em discussão na forma em que nos atinge diretamente no “bolso” do consumidor; -
porisso não é fácil descobrir a partir de qual porcentual a inflação, isolada,
se torna um mal grave, nem a partir de qual porcentual o desemprego, sozinho,
se torna uma doença social séria. Também não é tão simples saber qual a
inflação e o desemprego que, convivendo simultaneamente, se transformam em um
mal social realmente problemático. Acredita-se que, atingindo até 5% da
população economicamente ativa (aquela em condições de trabalhar), o desemprego
é normal e não causa maiores complicações. Essa taxa refere-se àquelas pessoas momentaneamente
desempregadas por estarem mudando de profissão, de cidade ou se transferindo de
um trabalho a outro. Os manuais chamam isso de “desemprego fricativo”, pois
resulta “roçadura” entre as vagas existentes e os trabalhadores desempregados
em cada função e em cada região. Mas acima de 5% o desemprego começa a
preocupar, porque não é mais atritivo. Segundo os economistas moldado a
especialidade pertinente, até 4% ao ano a inflação é tolerável. Acima disso,
ela começa a corroer mais fortemente o poder de compra dos salários e piora o
padrão médio de vida. Fazendo combinações com os vários índices. Antevendo a possibilidade
de atingir as duas primeiras casas numerais da inflação, o estrago no bem-estar
social é grande e suficiente para desorganizar qualquer economia e criar
tensões políticas. Porém, quanto maior for o grau de “maquinização” e de
tecnologia aplicada à produção, maior é o aumento no produto necessário para
reduzir o desemprego. O caso da agricultura é um bom exemplo. A safra agrícola
pode ser aumentada de um ano para outro com pouco acréscimo de trabalhadores,
pois o mundo tende para uma agricultura sem gente e mecanizada. Segundo os
economistas se estimam quanto a taxa de desemprego é baixa e a inflação é alta
(mais ou menos o que começa a acontecer no Brasil), os bancos centrais podem
aumentar os juros como meio de reduzir a inflação. A sintonia fina tentada
pelos bancos centrais é elevar os juros até o ponto em que eles promovam
redução da inflação sem aumentar o desemprego. Ao inverso, se o desemprego está
alto e a inflação é baixa, a saída é reduzir os juros e os tributos a fim de
estimular o investimento e a produção. Quando o desemprego e a inflação estão
altos: portanto, atingido o “índice de miséria”, o Banco Central fica sem
instrumentos para combater os dois males. Esse é o quadro que, se tiver juízo,
a presidente Dilma tentará evitar a todo custo, sob pena de sua popularidade ir
para o espaço em curto prazo. O PIB em tese já caiu. A inflação vem subindo aos
poucos. Apenas o desemprego não é grave ainda. Os práticos e especialistas, se
colimam neste mesmo ponto de vista.
Antônio Scarcela Jorge.
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