Corte irá decidir se recomenda ao
Congresso aprovar ou rejeitar o balanço.
Explicações entregues pelo governo federal somam mais de 2 mil páginas.
O Tribunal de
Contas da União (TCU) irá julgar na próxima quarta-feira (7), às 17h,
o processo sobre as contas do governo Dilma Rousseff em 2014. A corte já havia
decido que o julgamento deveria ocorrer na próxima semana, mas faltava definir
o dia exato.
Na última sessão plenária do TCU, na quarta (30), Nardes havia defendido que o julgamento ocorresse o quanto antes. “Já foram dadas todas as oportunidades para o governo fazer a sua defesa”, afirmou, na ocasião.
O primeiro pedido de esclarecimentos sobre as contas
de 2014 foi feito em junho pelo TCU, com prazo de 30 dias para resposta. Mas
devido à inclusão de novos fatos ao processo, no mês de agosto, o governo
acabou ganhando mais tempo para se defender da suspeita de ter adotado manobras
para aliviar, momentaneamente, as contas públicas. As explicações entregues
pelo Executivo desde então somam mais de 2 mil páginas.
Em setembro, o relator recebeu novas explicações do
governo sobre as contas de 2014. O documento, entregue pelo advogado-geral da
União, Luís Inácio Adams, justificava o uso de decretos editados pela
presidente Dilma Rousseff que abriram créditos suplementares sem autorização
prévia do Congresso Nacional.De acordo com Adams, as informações atestam que
não houve violação da Lei de Responsabilidade Fiscal e que a sistemática de
publicação dos decretos ocorreu em diversos anos, não tenho sido questionada
pelo TCU até então. O advogado-geral da União argumentou ainda que as contas
públicas de 2014 fossem impactadas por uma realidade econômica que evoluiu de
maneira “imprevisível”.
Em um primeiro momento, o tema ficou de fora do
processo que analisa as chamadas “pedaladas fiscais” por ter sido apresentado
pelo Ministério Público junto ao TCU fora do prazo regimental. A decisão, no entanto,
foi reconsiderada pela corte no mês de agosto, após solicitação da Comissão de
Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado,
abrindo novo prazo para defesa.
Pedaladas
fiscais.
As pedaladas consistem no atraso dos repasses para instituições financeiras
públicas do dinheiro de benefícios sociais e previdenciários, como Bolsa
Família, seguro-desemprego e subsídios agrícolas. Esse tipo de atraso permite
ao governo ter dinheiro em caixa por mais tempo, mas obriga instituições como
Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil a usar
recursos próprios para honrar compromissos.
O TCU afirma que a prática de atrasar os repasses permitiu ao governo melhorar
o resultado das contas públicas, inflando o chamado superávit primário
(economia para pagar juros da dívida pública e tentar manter a trajetória de
queda). O órgão de fiscalização também destaca que o volume de operações no
governo Dilma foi muito superior ao realizado nas gestões de outros presidentes.
O governo argumenta que não há irregularidades na manobra de atraso de pagamentos a bancos públicos e diz que esse procedimento já foi realizado pelos governos Fernando Henrique Cardozo e Luiz Inácio Lula da Silva.
O governo argumenta que não há irregularidades na manobra de atraso de pagamentos a bancos públicos e diz que esse procedimento já foi realizado pelos governos Fernando Henrique Cardozo e Luiz Inácio Lula da Silva.
Reação do
governo.
Nesta sexta, o governo
publicou decreto para proibir que o Executivo federal fique devendo para
qualquer instituição financeira por mais de cinco dias. Uma das
cláusulas prevê que, se isso ocorrer, o órgão contratante deverá cobrir o saldo
em 48 horas.
Segundo o decreto 8.535, fica "vedado aos órgãos
e entidades do Poder Executivo firmar contrato de prestação de serviços com
instituições financeiras, no interesse da execução de políticas públicas, que
contenha cláusula permitindo a ocorrência de insuficiência de recursos por
período superior a cinco dias úteis".
Fonte: G1 – DF.
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