Delegado
apresentou aos deputados um organograma contendo nomes e ligações de policiais
e autoridades que deveriam ser perseguidas nas investigações.
O
organograma que Fanton apresentou aos deputados na CPI da Petrobras tem nomes
de peso, como o do desembargador Edgar Antonio Lippmann, do superintendente da
Polícia Federal no Mato Grosso do Sul, Ricardo Cubas Cesar, do secretário de
Segurança Pública do Paraná, Wagner Mesquita, e do deputado Francischini.
A interlocutores, Francischini tem dito não levar em
consideração o fato de seu nome estar na lista apresentada por Fanton à CPI por
não saber sequer a autoria e autenticidade da lista. Ele também estaria alheio
ao episódio por acreditar que esse tipo de coisa é fruto de uma disputa
política entre os policiais federais e não querer que isso contamine a Operação
Lava Jato.
Além
desses, o organograma tem ainda o nome do ex-delegado da Polícia Federal Ademir
Gonçalves, e dos delegados José Alberto de Freitas Iegas, Rivaldo Venâncio
(cujo nome está ligado por uma linha ao nome de Alberto Youssef, também
presente na lista), Marcos Berzoini Smith (lotado em Guaíra) e Paulo Renato de
Souza Herrera. Há também nomes que não puderam ser identificados, rabiscados no
organograma, como os de “delegado Costa”, “delegado Júlio”, "delegado Milanese",
“Reginaldo” e "Alysson"
Também
constam como alvos que deveriam ser pressionados por Fanton os nomes dos agentes
Ronaldo Massuia da Silva, Rodrigo Gnazzo e Paulo Romildo (conhecido como
Bolacha e que foi responsável pela carceragem da Superintendência da Polícia
Federal do Paraná na época em que Alberto Youssef foi preso, em 2014, e dividiu
cela com o ex-diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa).
Fanton
foi o responsável pela investigação de policiais que supostamente estariam
acordados com advogados de presos da Lava Jato para a confecção de dossiês que
pudessem melar a operação na Justiça. Dentro dessa investigação, ele passa a
desconfiar da ação de Igor Romário de Paula, delegado regional de Combate ao
Crime Organizado, e da esposa dele, Daniele Gossenheimer Rodrigues,
delegada-chefe do Núcleo de Inteligência.
Em despacho, Fanton afirma que ambos supostamente
estariam agindo para “ter ciência e manipular provas”. Diante disso, ele
sugere, no mesmo despacho, que nova sindicância fosse feita para apurar a
existência de grampos na Superintendência da Polícia Federal do Paraná, um
localizado dentro da cela 5 da carceragem, ocupada por Alberto Youssef, e outro
no “fumódromo” da Superintendência. Este último, sabidamente ilegal.
Deputados ouvidos pela reportagem afirmaram que em sua
fala na CPI, Fanton acusou parte de seus colegas na Superintendência da Polícia
Federal do Paraná de tentar direcionar suas investigações, justamente com o
objetivo de atingir esses nomes e supostamente tentar associá-los a atos
ilícitos. Por traz disso haveria uma enorme disputa política interna
entre os policiais federais que comandam a Lava Jato e aqueles que não estariam
concordando com a forma como algumas ações eram conduzidas dentro da operação,
entre elas, instalação de grampos sem autorização judicial.
Fonte: Agência Brasil.
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