COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
QUASE TODOS OS POLÍTICOS EM VIA DE PUTREFAÇÃO.
Nobres:
No Brasil de essência corrompida se proclamam de
princípio nos figurões da política, mencionamos Renan Calheiros, sob a
desconfiança da maioria dos brasileiros e inclusive dos próprios colegas,
porque assim desejava dentro e fora do Congresso. Na mesma época em que
Calheiros mandava, alias renunciou a Presidência do Senado por corrupção é
bonito isso bando de corruptos!) mas orientando as reações fortes do parlamento
a qualquer gesto do governo, o senador Fernando Collor pedia a cassação do
procurador-geral da República. Collor, o caçador de marajás que renunciou à
Presidência em 1992 para não ser cassado e agora também envolvido na Lava-Jato
pretende calar o chefe do Ministério Público que o denunciou ao Supremo. Calheiros
e Collor desfrutam de uma imunidade a que poucos podem almejar. São personagens
a serviço não só do Congresso que os sustenta como comandantes, mas também de
quem não pretende fazer nenhum esforço para que se afastem de onde estão. Para
estes, é bom que lá estejam. Renan Calheiros foi feito do mesmo barro “origens
políticas alagoanas” que deu forma a Collor. Todos são aberrações. Estariam bem
na periferia da política, vivendo das migalhas do baixo clero do Congresso e de
suas atitudes quase sempre indecorosas. Mas são protagonistas. Collor tem muito
a ensinar aos outros dois, como o alagoano foi uma construção perfeita. Certo
jornalismo, tão zeloso de seus feitos, não pode renegar o crédito de ter
ajudado a elaborar a figura de Collor como salvador. Em abril de 1987, o
governador de Alagoas foi apresentado em reportagem do então poderoso Jornal do
Brasil como o homem que poderia moralizar o país. “Como impetuoso lutador
faixa-preta de karatê que é ele investe com golpes fulminantes e certeiros
contra vários adversários ao mesmo tempo”. Pronto, tínhamos um jovem vigoroso e
justiceiro para reconstruir a democracia. O jornalismo que procurava ficar
longe de tanta ventania já previu que Collor era uma farsa. Calheiros é criado
e sobrevive a tudo e como Collor afronta até o xerife que o investiga.
Calheiros é o furacão de hoje, dedicado a corromper as relações já precárias
entre Congresso e governo. Se não tivesse utilidade para os fomentadores desse
embate político destrutivo, já teria sido mandado embora pela parceria, como
aconteceu com Fernando Collor em 1992. O Cenário histórico neste aspecto.
Antônio
Scarcela Jorge.
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